7 de jun de 2024 às 10:58

Um ex-funcionário da Santa Sé foi preso no final de maio por tentativa de extorsão depois de vender à Santa Sé por centenas de milhares de euros um manuscrito do século XVII supostamente roubado.

Segundo o jornal italiano Domani, que deu a notícia ontem (6), o historiador de arte e ex-funcionário da Santa Sé foi interrogado e preso pela gendarmaria vaticana em 27 de maio, depois de receber um cheque do arcipreste da basílica de São Pedro, cardeal Mauro Gambetti, de 120 mil euros (cerca de R$ 687.924,68) pela venda do manuscrito.

Alfio Maria Daniele Pergolizzi, que foi chefe de comunicações da Fabbrica di San Pietro de 1995 a 2011, está atualmente em uma prisão do Vaticano depois de ser acusado de extorsão, fraude e posse de bens roubados.

Segundo Domani, o manuscrito que Pergolizzi tentou vender à Santa Sé data de 1633 e foi escrito por colaboradores do escultor Gian Lorenzo Bernini. O documento, que tem 36 folhas e 49 desenhos, detalha a quantidade de ouro que Bernini precisava para decorar o baldaquino da basílica de São Pedro.

O manuscrito foi reproduzido em um livro publicado em 2021 por um estudioso do baldaquino.

Domani disse que a procedência do manuscrito supostamente roubado é atualmente contestada. Gambetti diz que o manuscrito foi retirado dos arquivos da Fabbrica di San Pietro, enquanto Pergolizzi diz que o manuscrito foi dado a ele de uma coleção particular.

A autora do livro publicado em 2021, Maria Grazia D’Amelio, professora de história da arquitetura na Universidade Tor Vergata, em Roma, também afirma que o manuscrito não estava nos arquivos da Fabbrica quando ela estava preparando seu volume e que só tinha visto uma cópia digitalizada, dada a ela por Pergolizzi, e nunca o original.

Segundo Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, o Ministério Público da Santa Sé anunciou a prisão depois que ela foi tornada pública por Domani.