A tentativa do deputado estadual Tião Gomes de assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) vem gerando grandes polêmicas, especialmente após seu nome surgir nas investigações da Operação Livro Aberto, que apura um desvio de R$ 13,3 milhões na compra fraudulenta de livros didáticos.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o bloqueio de R$ 320 mil das contas de Tião Gomes e outros investigados, o que já compromete sua imagem pública. Porém, o deputado segue com sua candidatura ao TCE-PB, ignorando os princípios de idoneidade e ética exigidos para o cargo.
Além das acusações de corrupção, Tião Gomes é conhecido por sua postura agressiva e polêmica.
Para lembrar, em 2015, ele protagonizou um episódio de vandalismo ao quebrar uma urna eletrônica durante a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba. O ato foi uma afronta não apenas à democracia, mas também ao patrimônio público, já que a urna, que pertence ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foi comprada com o dinheiro dos contribuintes. Essa atitude de desrespeito à legalidade e ao processo eleitoral demonstra uma mentalidade de confronto e desprezo pelas normas, algo incompatível com a função pública que ele agora busca.
O deputado Tião Gomes também é conhecido por suas declarações esdruxulas, como quando afirmou, em entrevista, que “sou terrorista, sou guerreiro, eu nasci em Pombal, mas deveria ter nascido no Líbano“, e ainda ameaçou “quebrar a urna” novamente, caso necessário. Essas atitudes e declarações desafiam os valores de integridade e responsabilidade exigidos para um conselheiro do TCE-PB.
Para muitos, Tião Gomes representa exatamente o oposto do que o Tribunal de Contas precisa em um momento crítico para a fiscalização dos recursos públicos no estado.
O presidente do TCE-PB, Nominando Diniz, já afirmou que o Tribunal adotou critérios mais rigorosos para a posse de conselheiros, incluindo a exigência de uma trajetória limpa e sem envolvimento em casos de improbidade administrativa ou corrupção. Esses novos critérios buscam garantir que o Tribunal seja ocupado por pessoas com conduta ilibada e comprometidas com o bem público.
Diante do histórico de Tião Gomes, que inclui desde denuncias de envolvimento em esquemas de corrupção até episódios de vandalismo e agressões simbólicas à democracia, sua candidatura ao TCE-PB é um retrocesso para os princípios de ética e transparência que o estado da Paraíba tanto precisa.
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