26 de abr de 2024 às 16:50
Quatro bispos alemães anunciaram na quarta-feira (24) que não vão participar dos planos do Caminho Sinodal Alemão de estabelecer um órgão permanente para supervisionar a Igreja na Alemanha, e pediram unidade com a Igreja universal.
Os quatro bispos são os mesmos que já negaram apoio financeiro ao Caminho Sinodal Alemão: o arcebispo de Colônia, cardeal Rainer Maria Woelki, o bispo de Eichstätt, dom Gregor Maria Hanke; o bispo de Passau, dom Stefan Oster, e o bispo de Rastibona, dom Rudolf Voderholzer.
Os bispos confirmaram em um comunicado conjunto na quarta-feira (24) que não seriam partes de uma comissão encarregada de criar um “concílio sinodal” alemão, pois isso entraria em conflito com a constituição sacramental da Igreja.
Os quatro bispos também rejeitaram a ideia de que a conferência episcopal alemã poderia legalmente estabelecer um “comitê sinodal” se quatro de seus membros não apoiassem o comitê.
Dadas as repetidas intervenções da Santa Sé contra o processo alemão, os bispos disseram na quarta-feira (24) que buscam no sínodo dos bispos em Roma para apontar o caminho para “uma Igreja mais sinodal [na Alemanha] em unidade com a Igreja universal”.
A Santa Sé já fez uma intervenção contra os planos de um concílio sinodal alemão em julho de 2022 ao alertar sobre a ameaça de um novo cisma na Alemanha.
Em janeiro de 2023, a Santa Sé afirmou “que nem o caminho sinodal, nem qualquer órgão por ele estabelecido, nem qualquer conferência episcopal tem competência para estabelecer o ‘conselho sinodal’ em nível nacional, diocesano ou paroquial”. O bispo de Limburgo, dom Georg Bätzing, presidente da conferência episcopal alemã, rejeitou a advertência imediatamente.
Os organizadores do Caminho Sinodal Alemão mantêm os planos de estabelecer um concílio sinodal. A conferência episcopal alemã aprovou os estatutos de uma comissão sinodal na segunda-feira (22).
Esperava-se inicialmente que a conferência episcopal alemã votasse os estatutos de uma comissão preparatória durante sua assembleia plenária de fevereiro.
Essa votação, no entanto, foi suspensa depois de outra intervenção da Santa Sé.
Depois de uma reunião em março onde “diferenças e pontos de acordo foram identificados”, a Santa Sé e os apoiadores do Caminho Sinodal Alemão anunciaram que vão trabalhar juntos para resolver as questões.
Dado que a conferência episcopal já adotou os estatutos para uma comissão sinodal e a organização de leigos Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK, na sigla em alemão) já os aprovou em 25 de novembro do ano passado – apesar dos avisos anteriores de Roma sobre o risco de um novo cisma na Alemanha – não está claro como, ou se, a Santa Sé vai responder.
Segundo uma matéria do portal oficial da Igreja na Alemanha, katholisch.de, o comitê sinodal vai se reunir novamente em junho para discutir planos.
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O Caminho Sinodal Alemão, também conhecido como caminho sinodal – não é um sínodo, mas um projeto altamente controverso que busca criar “pressão” sobre a Igreja, como admitiu um fundador.
O processo alemão, que custou vários milhões de reais, não tem como objetivo apenas estabelecer um conselho sinodal permanente: os delegados também aprovaram várias resoluções para mudar as práticas da Igreja com base na ideologia de gênero e pediram pela ordenação sacerdotal de mulheres, bênçãos a uniões homossexuais e mudanças na doutrina da Igreja sobre os atos homossexuais.
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