2 de out de 2024 às 15:44
Quatro padres da arquidiocese do Rio de Janeiro foram nomeados Missionários da Misericórdia pelo papa Francisco. Agora eles têm a faculdade de absolver os pecados normalmente reservados à Sé Apostólica.
Segundo o direito canônico, são cinco: a profanação das espécies consagradas, a violência física contra o papa, a ordenação episcopal sem o mandato pontifício, a tentativa de absolvição do cúmplice num pecado contra o sexto mandamento (Não cometerás adultério) e a violação direta do segredo da confissão.
Os novos Missionários da Misericórdia são o monsenhor André Sampaio de Oliveira, e os cônegos Jorge André Pimentel, Fábio Luiz de Souza e Luiz Fernando Ribeiro Santana. As nomeações foram entregues, ontem (1º), pelo arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, na reunião de governo da arquidiocese.
“Um missionário da misericórdia é um sacerdote designado pelo papa com a missão especial de promover a misericórdia de Deus oferecendo o sacramento da reconciliação de maneira acessível e ampla”, disse o cônego Fábio Luiz de Souza, diretor espiritual do seminário arquidiocesano de São José e penitenciário da Insigne Colegiada de São Pedro. “Na prática, o seu ofício consiste em pregar sobre a misericórdia divina, promover ações que possam ajudar as pessoas a encontrar o caminho da misericórdia e do sacramento da reconciliação”.
O Missionário da Misericórdia deve “perdoar os pecados, inclusive aqueles cuja absolvição é tradicionalmente reservada à Sé Apostólica e promover o diálogo e o acolhimento para todos os fiéis, especialmente para aqueles que por algum motivo se sintam mais afastados da Igreja”, disse.
O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino Fisichella, responsável pelo Jubileu 2025, enviou uma carta aos Missionários da Misericórdia para informar sobre a nomeação. Ele diz que “os múltiplos ecos de frutos espirituais derivantes do serviço dos Missionários durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia (2015-2016) impeliram o Papa Francisco a prolongar este ministério, expressão da Misericórdia divina e da solicitude da Igreja, até novas ordens, ‘como sinal concreto de que a graça do Jubileu continua a ser viva e eficaz em várias partes do mundo’”.
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O papa Francisco instituiu os Missionários da Misericórdia na bula Misericordiae Vultus, com a qual proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia em 2015. Nela, ele disse que os missionários “serão sacerdotes a quem darei autoridade de perdoar mesmo os pecados reservados à Sé Apostólica, para que se torne evidente a amplitude do seu mandato”.
“Serão, sobretudo, sinal vivo de como o Pai acolhe a todos aqueles que andam à procura do seu perdão. Serão missionários da misericórdia, porque se farão, junto de todos, artífices de um encontro cheio de humanidade, fonte de libertação, rico de responsabilidade para superar os obstáculos e retomar a vida nova do Batismo”, continua o número 18 da bula Misericordiae Vultus.
“Ao permitir que os missionários da misericórdia absolvam pecados reservados à Sé Apostólica, o papa Francisco busca que o Jubileu tenha efeitos duradouros e tangíveis promovendo a reconciliação e o recomeço espiritual para muitas pessoas”, disse o cônego Fábio.
Para monsenhor Oliveira, pároco de Nossa Senhora da Misericórdia e vigário episcopal para as Associações de Fiéis ditas Irmandades, Confrarias, Ordens Terceiras e Devoções, “é uma honra muito grande ser esse missionário e ter sido nomeado a pedido do cardeal [Orani] e ter sido atendido pela Santa Sé nesse sentido”. Ele disse que acolhe a nomeação com amor e temor. “Amor porque por amor à Igreja a gente acolhe esse pedido que nos foi feito para sermos missionários da misericórdia e o temor porque é uma responsabilidade muito grande exercer esse papel”.
“Estamos à disposição das paróquias, santuários, onde for necessário para que possamos ir de forma especial para a absolvição desses pecados que são enumerados e reservados à Santa Sé”, concluiu monsenhor Oliveira.
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