24 de set de 2024 às 16:15
Dois participantes da segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade, que vai ocorrer no mês que vem, falaram publicamente sobre a questão de católicos com tendências homossexuais pouco dias depois de os organizadores da segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade dizerem que tópicos polêmicos não eram o foco das discussões.
O padre dominicano Timothy Radcliffe e o padre jesuíta James Martin publicaram em 19 de setembro reflexões pessoais sobre abordagens pastorais a católicos com tendências homossexuais.
Radcliffe, que foi assistente espiritual na assembleia do sínodo do ano passado, já gerou polêmica antes com declarações sobre tendências homossexuais. Ele escreveu na edição de 19 de setembro do jornal L’Osservatore Romano, o jornal da Santa Sé, sobre estar no “caminho sinodal com os católicos gays“.
O dominicano de 79 anos escreveu que os “desejos” homossexuais, como todos os desejos, são “dados por Deus” e precisam ser “educados” em vez de negados. Radcliffe elogiou “católicos gays maduros” em “relacionamentos comprometidos”.
“A doutrina da Igreja já se desenvolve à medida que é revigorada pela experiência vivida: os gays não são mais vistos apenas em termos de atos sexuais, mas como nossos irmãos e irmãs que, de acordo com o papa Francisco, podem ser abençoados”, disse Radcliffe.
Forte oposição no Sínodo
O padre James Martin falou à revista jesuíta dos EUA America sobre conversas com os delegados do sínodo no ano passado sobre o que ele descreve como “questões LGBTQ”.
O jesuíta, nomeado pessoalmente pelo papa para o sínodo do ano passado, disse ter encontrado forte oposição.
O padre, que fundou o grupo pró-LGBT Outreach (Alcance), falou sobre várias objeções que ouviu dos participantes do sínodo, incluindo que a ideologia LGBTQ representa uma forma de neocolonialismo imposta às culturas tradicionais.
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“No final, a melhor maneira de ajudar aqueles que se opõem” à ideologia LGBTQ, escreveu Martin, “é encontrá-los, ouvi-los e conhecê-los como filhos amados de Deus, ou seja, nossos irmãos e irmãs em Cristo”.
Ao longo dos anos, críticos acusaram Martin de rejeitar a doutrina da Igreja sobre a pecaminosidade dos atos homossexuais, mas ele diz não rejeitar a doutrina da Igreja.
A doutrina consistente da Igreja sobre a homossexualidade está escrita no Catecismo da Igreja Católica, que diz que, embora os indivíduos com tendências homossexuais “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza”, os atos homossexuais são “intrinsecamente desordenados” e “não podem, em caso algum, ser aprovados” (CIC, 2357-2358).
O catecismo diz também ainda que as pessoas com tendências homossexuais “são chamadas à castidade” e podem se aproximar da perfeição cristã por meio do autodomínio, da oração e da graça sacramental (CIC, 2359).
Apostolados como o Courage International dão apoio espiritual e comunhão a católicos que buscam viver segundo a doutrina da Igreja sobre esse assunto. O Courage adota uma abordagem baseada na castidade, ajudando os membros a crescer em santidade enquanto abraçam a visão da Igreja sobre a sexualidade humana.
Os artigos de Radcliffe e Martin foram publicados enquanto o Sínodo da Sinodalidade se prepara para sua segunda e última sessão de 2 a 27 de outubro no Vaticano.
Espera-se que a reunião de bispos e outros participantes discuta uma série de questões relacionadas à missão e à vida interna da Igreja.
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Tópicos controversos – como tendências homossexuais e gênero – foram delegados a 15 grupos de estudo, cujo mandato se estende além do sínodo de outubro até junho do ano que vem.
Esses grupos darão uma atualização sobre seu trabalho no início da sessão do sínodo no mês que vem.
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