Padre pede que Igreja na Nigéria atenda às necessidades de jovens que estão “retornando ao paganismo”

Padre pede que Igreja na Nigéria atenda às necessidades de jovens que estão “retornando ao paganismo”

Enquanto muitos líderes católicos na Nigéria estão preocupados com a influência do pentecostalismo, os católicos nas regiões sudeste do país estão preocupados com outra tendência.

Nas áreas rurais do país da África ocidental, o número de jovens que participam da missa dominical despencou e continua caindo, pois muitos deles se voltam para o paganismo.

O padre Vitalis Anaehobi serve na região e diz que a maioria dos jovens com quem ele falou está triste com as “dificuldades da vida”, como pobreza, desemprego e “a falha da Igreja em protegê-los”, à medida que os ataques contra cristãos continuam no país, onde a perseguição religiosa é uma das mais altas do mundo.

Anaehobi falou à ACI Africa, agência da EWTN na África, sobre preocupações com o crescimento de ministérios privados se ligando à Igreja na Nigéria: “Não estamos chateados com a influência desses ministérios. O maior medo que temos, especialmente no sudeste da Nigéria, onde estou baseado, é o fato de que os jovens estão voltando para a religião tradicional”.

Ele disse que os jovens das aldeias rurais da Nigéria não estão frequentando igrejas pentecostais, mas religiões que seus antepassados ​​abandonaram quando abraçaram o cristianismo.

“Nossos jovens estão voltando ao paganismo”, disse Anaehobi à ACI África. “Essa tendência emergente não está em lugar nenhum nas mídias sociais, mas para nós aqui, essa é nossa maior preocupação. Meninos e meninas muito jovens estão voltando a essas práticas”.

O padre Anaehobi, secretário-geral da Conferência Episcopal Regional da África Ocidental (RECOWA, na sigla em inglês), disse que no centro da tendência preocupante está a crescente insegurança na região.

“Há a falsa crença de que, diante da atual insegurança na região, o cristianismo não pode proteger ninguém. [Os jovens] acreditam que, com a religião tradicional, eles podem obter alguma maneira de se proteger”, disse o padre.

“Segundo nossos jovens, o cristianismo não é tão prático quanto a religião tradicional. Quando você vai às igrejas em nossas aldeias, não encontrará jovens lá. Eles estão lá fora praticando a religião tradicional”.

O padre disse que, devido à pobreza e à falta de emprego, os jovens de lá, especialmente nas áreas rurais do país, estão evitando a Igreja, onde lhes é dito “para ir em frente e dar o pouco que têm para receber bênçãos”.

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Eles dizem que com a religião tradicional, ninguém tem permissão para dar muito, disse o padre Anaehobi à ACI África, acrescentando que os jovens que abraçam práticas religiosas africanas, em vez disso, “se encontram, matam animais, realizam rituais, dançam e vão para casa com o estômago cheio”.

Atualmente, essa tendência só pode ser observada em vilas rurais.

“Não estamos preocupados com as cidades porque lá a Igreja está cheia de jovens”, disse Anaehobi. “O que mais nos preocupa são nossas aldeias”.

Para incentivar os jovens rurais a permanecerem na Igreja, o padre sugeriu que a Igreja na Nigéria repensasse seu papel e buscasse maneiras práticas de capacitar os jovens no país.

“À medida que ensinamos e damos esperança, precisamos sair e encontrar esses jovens onde eles estão. Eles estão lá fora procurando soluções para sua pobreza e desemprego”, disse Anaehobi. “A Igreja pode não ter os meios para empregar nossos jovens, mas podemos organizar programas de mentoria para eles e facilitar sua ligação com potenciais recrutadores”.

O bispo de Oyo, Nigéria, dom Emmanuel Adetoyese Badejo, disse à ACI África que observa a crescente presença do paganismo no país.

“No momento, estamos falando sobre o renascimento da superstição e das antigas religiões e crenças tradicionais na Nigéria”, disse o bispo.

Os comentários de Badejo foram ecoados pelo arcebispo de Abuja, Nigéria, dom Ignatius Ayau Kaigama, que falou sobre o surgimento de um grupo no país que se autodenomina “Velhos Católicos”.

“Temos um novo grupo chegando, que se autodenomina ‘Velhos Católicos’, e eles estão montando igrejas por todo lugar e causando confusão entre as pessoas”, disse o arcebispo, acrescentando que alguns membros se vestem como padres e fazem liturgias semelhantes à missa.

“Muitas pessoas estão seguindo esse grupo”, disse. “Somos muito cuidadosos como bispos para ficar atentos e esclarecer nosso povo para que tenha muito cuidado para não cair em suas armadilhas. Isso não é nada saudável para nós”.

FONTE: ACI Digital

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Ivaldo Lima

Graduado em Sistema para Internet e Comunicação Social, Radialista com especialização em Marketing Digital!
Graduando em Teologia Católica.
Pós-Graduação em Doutrina Social da Igreja e Ordem Social!