16 de set de 2024 às 11:03
O ultramaratonista Alexandre Dias correu 105 km em 24 horas e 40 minutos, no fim de semana, em Petrópolis (RJ), na 10ª Corrida pela Vida. O objetivo foi chamar a atenção das pessoas pela causa pró-vida e arrecadar doações para a Comunidade Católica Jesus Menino, que tem como carisma o cuidado e a adoção de pessoas com deficiência.
“Correr para mim é comum, é um privilégio. Claro, agradeço a Deus por ter esta disposição. Mas, o importante aqui é uma causa, é uma campanha que a gente se reúne aqui, não só eu. Correr faz parte do evento. Para mim, o que me motiva é todo ano estar aqui podendo fazer isso, reunir amigos, reunir irmãos para ajudar uma instituição que vive da misericórdia. Então, para mim, tem um valor muito grande”, disse Alexandre à ACI Digital, antes de começar a correr. A corrida teve início no sábado (14), às 12h, e terminou no domingo (15). Durante as mais de 24 horas, Alexandre ficou correndo em torno da Praça da Liberdade.
A Jesus Menino é uma comunidade católica de vida consagrada fundada em 1990, por Antônio Carlos Tavares de Mello, conhecido como Tônio, que adota pessoas com deficiência. Ele é legalmente pai de 46 filhos vivos e 13 que já morreram.
A sede da comunidade fica em Petrópolis e também tem uma casa de missão em Brasília (DF) e grupos de apoio em 17 países. A organização conta com a colaboração de leigos consagrados e voluntários.
“O que me atrai na Jesus Menino é a vida, eu sou pró-vida e ali temos a visibilidade do que é poder viver, ter a oportunidade de ter a vida, de continuar com a vida, isso me mexe muito”, disse o ultramaratonista.
Dias e sua esposa conheceram a Comunidade Jesus Menino em 2015 e ele logo decidiu fazer algo para ajudar. Assim, nasceu a Corrida pela Vida. A comunidade “tem sido como minha segunda casa”, disse. “Fico muito emocionado, porque são dez anos, não quero perder esse legado, quero que isso continue, porque onde conseguirmos chegar, isso é importante”, acrescentou.
A ligação de Alexandre Dias com a Comunidade Jesus Menino e a iniciativa da Corrida pela Vida se tornou tão grande que o ultramaratonista tatuou em sua perna “Corrida pela Vida – Comunidade Católica Jesus Menino”.
Para comemorar os 10 anos de Corrida pela Vida, a Comunidade Jesus Menino fez uma surpresa para Alexandre Dias, que é militar aposentado. A Banda de Música do 32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha, de Petrópolis, fez uma apresentação antes da corrida.
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Para o fundador da Comunidade Jesus Menino, Tônio, nesse décimo ano de Corrida pela Vida é possível perceber “que essa corrida é muito mais do que uma arrecadação de alimentação, é muito mais do que o Alexandre correndo aqui, mas é um envolvimento pela vida”.
“É muito além do que está acontecendo aqui nessa Praça da Liberdade, aqui em Petrópolis, nós [estamos] pedindo uma liberdade, liberdade para viver, liberdade para deixar as crianças nascerem, liberdade para estar com as mulheres que pensam nesse procedimento contra a vida, a gente trabalha pela vida. Então, a corrida é mais do que isso, vai além, a corrida é vida”, disse Tônio.
A Corrida pela Vida também foi uma inspiração para Pedro Santos Silva, um dos 46 filhos adotados por Tônio, que ficou paraplégico depois de um acidente de moto, em 2020. “Em 2014, 2015, fui atleta do atletismo. Depois do acidente, sempre quis voltar com esse projeto. Estar na corrida hoje é mais uma motivação, um sinal para continuar nesse caminho”, disse Pedro, que sonha em chegar a uma paralimpíada.
Ao final da corrida, ontem, Alexandre foi recebido com aplausos por sua esposa e filha, que o acompanharam nessa iniciativa, e por muitos voluntários, amigos e filhos da Comunidade Jesus Menino.
“Quando encerramos a Corrida pela Vida, a gente desce para o Rio, para casa, com o coração abastecido de amor, porque aqui captamos um pouco do que é essa campanha”, disse, ao concluir sua jornada.
Alexandre recordou ainda que durante as 24 horas, muitas pessoas se juntaram a ele para correr por alguns minutos, ou algumas horas. “Hoje, eu nem corro mais sozinho, já corri muitas horas aqui sozinho, mas hoje eu sempre tenho gente que me acompanha. Isso é união. A Corrida pela Vida não é minha, é nossa. É uma campanha solidária que não tem preço, mas tem um valor muito grande e é uma satisfação sempre”, concluiu.
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