6 de set de 2024 às 10:34
O papa Francisco visita hoje (6) Papua-Nova Guiné, uma das etapas da mais longa viagem de seu pontificado.
Papua Nova Guiné é um país jovem que abriga cerca de 9 milhões de pessoas. No domingo (8), dia em que a Igreja celebra a Natividade de Nossa Senhora, o papa Francisco vai visitar a cidade de Vanimo, capital da província de Sandaun, no noroeste do país.
Em Vanimo, o papa vai se encontrar com uma comunidade de fiéis com a qual, através do padre argentino Martín Prado, o papa mantém um vínculo iniciado em 2019, durante uma visita que parte da comunidade fez a Roma.
Um membro da comunidade católica local é o padre Agustín Prado, irmão do padre Martín e monge do Instituto do Verbo Encarnado (IVE). Sua irmã, Maria Rainha do Céu, religiosa do IVE, também está lá em missão.
O padre Agustín falou com a ACI Prensa, agência em espanhol de EWTN News.
“Estamos tentando preparar tudo da melhor maneira possível em termos de logística e, poderíamos dizer, materialmente”, disse o padre. “Que a cidadezinha esteja linda, e também a paróquia onde o Santo Padre virá nos visitar”.
“Tudo nos pulmões”
“Toda a cidade está se mobilizando”, para os preparativos, diz o padre. “É tudo muito simples e estamos fazendo – como dizemos na Argentina – tudo por conta própria, com as pessoas”.
“Acredito que nunca mais o Santo Padre virá visitar Vanimo, este canto do mundo que é, certamente, perdido”, diz o padre Agustín para dar uma ideia de como os habitantes da cidade veem a visita de Francisco.
“Na selva há muitas paróquias e aldeias com suas capelas, e pouco a pouco eles estão descendo em caminhões, estão vindo para viver com as pessoas das aldeias aqui, na costa, aonde o Papa virá”.
O sacerdote disse que “isso é uma bênção, é uma enorme graça para a Diocese de Vanimo e, portanto, para todos os paroquianos, para todos os paroquianos, seus paroquianos, para nós, sacerdotes, religiosos, que o Santo Padre venha visitar a nossa terra, a nossa terra de missão, a sua terra”.
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“As pessoas estão se preparando espiritualmente muito bem”, disse o padre. “Há uma semana tive que ir celebrar algumas missas na selva e passei por uma aldeia porque estava passando, só para dizer olá, e me pararam. Disseram-me: Padre, por favor, antes de descermos à town — à cidade — gostaríamos de nos confessar. Sabemos que haverá muitas pessoas lá e todos queremos nos confessar e que um padre venha celebrar a missa antes de ir, para receber esta grande bênção da visita do Santo Padre”.
“Eles estão muito conscientes de que isso é uma bênção. Eles também são muito sensíveis, são como crianças e isso também torna sua fé muito simples, muito pura”, disse Agustín. “O Santo Padre está vindo e é algo difícil de expressar com lábios, com palavras. É difícil dizer.”
Preparação espiritual
O padre disse ainda que, há três semanas, fazem uma reunião todas as tardes e até à noite. Pregam sobre a fé, sobre a figura do papa, de Pedro. Também rezam o rosário, há um padre que prega e um pregador leigo de Papua. “Isso também ajuda muito, ele fala bem com eles com seus termos, suas expressões”, disse o padre Agustín.
Nesta última semana, as reuniões estão sendo feitas onde será o encontro com o papa, que é um campo de futebol com uma grande esplanada. “Está muito cheio de gente, sempre há padres ouvindo confissões, é uma preparação muito boa, realmente”.
Vanimo é “a última província, o último canto, o canto do país e é difícil que tudo chegue e é difícil conseguir tudo, então isso é muito cansativo”, mas “a noite chega e você vai para aquele lugar, e você vê como eles estão se preparando espiritualmente, como as pessoas estão ouvindo a pregação, como se confessam, e tudo isso é um alívio, um consolo para a alma”, disse o missionário. “No final, o que conta é isso: que as pessoas vejam o papa e recebam aquela enorme bênção que a visita do vigário de Cristo na terra significa para elas, para nós, para todos”.
Um impulso para a Igreja nascente
“Estamos muito agradecidos, rezando muito pelos frutos, que isso traga muitos frutos e bênçãos, frutos espirituais para as comunidades”, disse, especialmente em muitas comunidades da selva que estão “nascendo na fé” e que começaram a se converter como resultado da presença de seu irmão, o padre Martín, que lhes trouxe a palavra de Jesus.
“Para nós, monges, também é muito bom. Estamos no mosteiro, não saímos em missão… mas poder estar aqui, neste lugar, rezando, trabalhando e oferecendo tudo isso pelos frutos da missão – neste caso específico, pelos frutos da visita do Santo Padre – é também algo muito bonito e muito gratificante, muito reconfortante para uma alma sacerdotal”, disse.
No período anterior à visita, junto com o padre Alejandro, eles deixaram o mosteiro para morar na paróquia e ajudar lá em todo o trabalho que é necessário na cidade, onde já há milhares de pessoas esperando por Francisco.
O sacerdote espera que essa visita “os ajude, que os reafirme na fé, que é também o papel de Pedro, o de confirmar seus irmãos e irmãs na fé”, e mantém uma certeza: a visita do Santo Padre será “um impulso para a Igreja nascente de todas essas comunidades”.
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