6 de set de 2024 às 00:01
Hoje (6), a Igreja Católica celebra os santos Leto e Donaciano, mártires do século V.
Eles eram bispos, defensores corajosos da fé cristã, prontos a dar a vida por Cristo numa época em que o Império Romano estava em declínio. Leto foi queimado vivo e Donaciano morreu no deserto, após ser deportado pelo rei dos vândalos, Humerico.
Barbárie
Os vândalos foram um povo germânico oriundo da Europa central – atuais Alemanha e Polônia – famosos por terem invadido os territórios do Império Romano no Norte da África (Cartago) e avançado para a capital, Roma. Os vândalos organizaram um dos saques mais violentos que a Cidade Eterna sofreu ao longo de sua história.
No ano de 483, o bispo Eugênio e os clérigos de Cartago (cidade sob domínio vândalo na época) foram levados para o palácio real e depois levados para os arredores da cidade, rumo ao exílio. Os clérigos que queriam ficar dentro das fronteiras do reino estabeleceram-se na parte sul, onde seriam gradualmente torturados e massacrados.
Após esse episódio, Humerico demonstrou certa tolerância para com os católicos – ele havia abraçado o arianismo anos antes e considerava os católicos hereges – mas essa atitude não duraria muito. No ano de 484, o rei Humerico ordenou ações contra os católicos. Assim, todas as igrejas católicas no Norte da África foram fechadas e os seus bens confiscados, para serem entregues à multidão.
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O bispo Donaciano
Diante de tal injustiça, Donaciano e outros quatro bispos da província de Birsa reuniram um grupo de cristãos e organizaram um protesto nas portas da capital cartaginesa. O rei Humerico, furioso com a revolta, ordenou a seus soldados que “esmagassem” os “revoltosos”.
Donaciano e os quatro bispos foram brutalmente espancados e depois levados à força para o deserto, onde foram abandonados para morrer de fome e sede.
O bispo Leto
São Leto, bispo de Leptis Menor, considerado “um homem zeloso e muito sábio” e que ganhou a inimizade de Humerico por sua enérgica oposição ao arianismo, foi encerrado em um calabouço estreito, escuro e pestilento. Ele só foi retirado de lá dois meses depois, para ser queimado vivo.
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