12 de ago de 2024 às 15:40
“Nós estamos, feridos, traumatizados abatidos, mas não derrotados, não destruídos, porque quem come desse pão viverá eternamente”, disse o padre Aloísio Motta, pároco de São Pedro Apóstolo em Guaratinguetá (SP), na missa celebrada ontem (11) pelas almas de Maria Auxiliadora Vaz de Arruda, de 74 anos, e seu marido José Cloves Arruda, de 76 anos, ministros da eucaristia na paróquia que morreram na queda do avião em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9).
“Este desastre levou pessoas muito queridas do Brasil e de nós”, disse o padre Motta às centenas de fiéis que lotaram a igreja. “Arrancou um pedaço da nossa paróquia querida de São Pedro, da pequena Guaratinguetá”.
O avião da companhia aérea Voepass caiu no jardim de uma casa dentro de um condomínio fechado em Vinhedo (SP), matando todas as 62 pessoas a bordo. O avião decolou na sexta-feira (9) de Cascavel (PR), às 11h46 com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). O casal voltava de uma visita feita a sua filha Priscila Vaz de Arruda, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que mora em Toledo (PR).
“Esse acidente em Vinhedo mais uma vez traz a reflexão sobre a brevidade da vida e as coisas importantes que a gente não pode esquecer: amar, perdoar e preencher o nosso interior de verdades absolutas e eternas”, continuou o padre Motta em sua homilia.
Maria Auxiliadora, conhecida como dona Dora, era coordenadora dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) da Paróquia de São Pedro. Seu marido também era ministro da eucaristia na mesma paróquia.
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“Nesse lugarzinho aqui, na terceira fileira”, disse o padre Motta, “não tinha um domingo em que dona Dora não estava. Não tinha uma quinta-feira que ela não estava”.
“Eu errei quando disse que a Igreja Católica precisa de pessoas como dona Dora, porque a Igreja Católica depende de pessoas como dona Dora” disse o padre Motta. “Dependemos de uma massa de católicos que faça a diferença”.
“A gente tem que ser um pouquinho de dona Dora aqui entre nós. Vamos transformar a nossa dor numa vitória. Vamos transformar o nosso luto numa vitória”, disse o pároco. “Dependemos sim de donas Doras pelo mundo afora, homens e mulheres como ela”.
“Vamos fortalecer a fé católica como eles sempre quiseram. Como ela sempre o fez, na base do zelo, na base da dedicação, na base do empenho, da responsabilidade e do amor à eucaristia”, disse o padre.
Dora era professora aposentada e também atuava na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) na cidade de Guaratinguetá. A APAE publicou uma nota sobre a sua morte: “Sempre com um sorriso no rosto, uma palavra amiga, servindo a Deus e ao próximo. Aqui a nossa eterna gratidão por tudo que plantou”.
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