6 de ago de 2024 às 16:34
O papa Francisco participou da celebração das Segundas Vésperas na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, por ocasião da solenidade de Nossa Senhora das Neves, pela primeira vez em seu pontificado.
Às 17h30 (horário local) de ontem (5), o papa chegou à basílica papal, onde estavam presentes cardeais e bispos. Entre eles estava dom Rolandas Makrickas, comissário extraordinário da Basílica Papal de Santa Maria Maior e encarregado de celebrar a cerimônia.
Embora a tradicional representação do milagre ao qual está ligada a origem dessa basílica papal tenha ocorrido ontem (5), a chuva de pétalas brancas repetiu-se durante essas Segundas Vésperas na presença do papa.
“Admiração e espanto” com o “milagre da neve”
Durante a homilia dirigida aos fiéis também presentes, o papa Francisco falou sobre o “milagre da neve”, representado ontem (5) na basílica, e sobre o ícone de Nossa Senhora Salus populi romani, protetora de Roma, à qual ele tem uma devoção especial.
O papa lembrou que a neve representa o fenômeno prodigioso “que indicou ao papa Libério o lugar onde construir a antiga basílica”.
“No entanto, o fato de que este sinal seja repetido na solenidade de hoje, dentro da basílica e durante a liturgia, nos convida a uma leitura bastante simbólica”, disse Francisco.
Para o papa Francisco, essa “neve” representa “admiração e espanto”. Ao observar a “neve” cair, ele disse que “sua brancura deslumbra os olhos e o espírito fica extasiado”.
“E é esse fato que nos guia na interpretação do sinal da ‘nevasca’, que pode ser entendido como um símbolo de graça, ou seja, de uma realidade que une beleza e gratuidade”, disse.
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Nesse sentido, o papa destacou que “a graça é algo que ninguém pode merecer, muito menos comprar; só pode ser recebido como um presente e, como tal, é de natureza totalmente imprevisível, assim como pode ser uma nevasca em Roma, no meio do verão. Por isso, a graça suscita admiração e admiração”.
“A joia desta basílica”
Depois, o papa fixou o olhar no ícone mariano Salus populi romani, que definiu como “a jóia desta basílica”.
Ao referir-se a esse ícone, o papa Francisco destacou que “a graça aparece em sua realidade mais concreta, despojada de qualquer revestimento mitológico, mágico e espiritualista, que está sempre à espreita no reino da religião. No ícone há apenas o essencial: a Mulher e o Filho”.
“Aquela Mulher é a cheia de graça, concebida sem pecado, imaculada como a neve recém-caída. Deus olhou para ela com admiração e admiração, e a escolheu como Mãe porque ela é filha de seu Filho: gerada nele antes do tempo, ela se tornou sua Mãe na plenitude dos tempos”, acrescentou o papa.
Francisco também enfatizou que ela é “a mediadora da graça que sempre e somente flui de Jesus Cristo, pela obra do Espírito Santo”.
Por fim, o papa invocou a sua intercessão “pela cidade de Roma e pelo mundo inteiro, especialmente para pedir a paz; a paz que só é verdadeira e duradoura se vier de corações arrependidos e perdoados; a paz que nos vem da Cruz de Cristo, do Seu Sangue, que Ele tirou de Maria e derramou para a remissão dos pecados”.
Ao concluir, Francisco pediu aos presentes que repetissem em voz alta: “Saúdo-te Santa Mãe de Deus”.
Depois das palavras do papa, cantou-se o hino Magnificat e milhares de pétalas brancas caíram do teto da basílica novamente para evocar o “milagre da neve” de 5 de agosto de 358 d.C.
No final da cerimônia, o papa Francisco deu sua bênção aos fiéis e, depois do canto do Regina Coeli, foi à capela paulina da basílica para um momento de oração pessoal diante da imagem de Nossa Senhora conhecida como Salus populi romani, protetora do povo romano.
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