23 de jul de 2024 às 11:42
O patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) que para pôr fim à guerra na Terra Santa é necessário que os cristãos “deixem a política de lado, encontrem-se e rezem juntos”.
O patriarca destacou que neste momento “as feridas sangram”, por isso é necessário deixar a política de lado, pois “reconhecer o sofrimento dos outros não é tão simples quando se está sofrendo”. Pizzaballa disse que há católicos servindo no exército israelense destacado em Gaza e católicos “sendo bombardeados em Gaza”.
“Não é fácil”, disse o cardeal Pizzaballa.
O cardeal disse que a Igreja não pode ser arrastada por um dos lados em conflito, mas que a solução também não consiste numa falsa neutralidade: “Eles continuam a dizer-me que tenho de ser neutro. Venha comigo para Gaza, fale com o meu povo que perdeu tudo e depois diga-me para ser neutro. Isso não funciona”, disse o cardeal à ACN.
“Mas não podemos fazer parte do conflito político, militar ou de confronto”, disse Pizzaballa. “A nossa presença deve ser construtiva, mas não é fácil encontrar o caminho certo”, acrescentou o patriarca.
Segundo o cardeal, “se você está próximo dos palestinos, os israelenses se sentem traídos e vice-versa”.
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O Patriarcado Latino de Jerusalém está dividido em seis vicariatos: Jordânia, Israel, Chipre, Palestina (incluindo Cisjordânia e Gaza), um para católicos de língua hebraica (composto por cerca de mil pessoas) e outro para migrantes e requerentes de asilo.
“É muito difícil fazer algo pelo futuro de Gaza, mas ainda temos prioridades”, disse o patriarca.
“As crianças já perderam um ano de escola, mas as famílias querem educação, por isso estamos tentando introduzir caravanas para servirem de escolas.”
O cardeal também disse que ainda é preciso encontrar professores e que devemos trabalhar “com o que resta das autoridades palestinas”.
Pizzaballa disse que na Cisjordânia a maioria dos cristãos dependia do turismo, amplamente afetado pela guerra.
“Agora não há trabalho com os peregrinos e os [palestinos] que trabalhavam em Israel não têm mais permissão para entrar. Assistimos à maior taxa de desemprego da história, 78%, especificamente, entre os cristãos”, disse o cardeal.
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