22 de jul de 2024 às 16:42
O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, encorajou os fiéis no santuário ucraniano de Nossa Senhora do Carmo em Berdychiv a nunca perder a esperança em Deus, quase dois anos e meio depois da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
O papa Francisco nomeou o cardeal Parolin legado pontifício para participar ontem (21) da missa de encerramento da peregrinação anual dos católicos ucranianos de rito latino ao Santuário Nacional de Nossa Senhora do Carmo de Berdychiv.
Segundo Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, cerca de 4 mil peregrinos chegam todos os anos ao santuário, o maior de rito católico latino na Ucrânia, para venerar um ícone da Mãe de Deus.
Segundo o serviço de informações, o cardeal lembrou a importância da “oração incessante, para que Deus converta os corações daqueles que, desviados dos seus caminhos e tornados escravos do próprio orgulho, semeiam a violência e a morte, atropelando a dignidade de filhos de Deus dos demais”.
“Na verdade, devemos pedir ao Senhor, Ele que é o médico celestial, que nos cure dessas doenças mortais e substitua um coração de pedra por um coração de carne!”
“Nunca percamos a confiança e a esperança em Deus, especialmente hoje, quando parece que o mal nos domina, quando os horrores da guerra e a dor de tantas vítimas e a destruição massiva minam a fé na bondade divina, quando os nossos braços caem e já não temos forças para rezar”, disse o Secretário de Estado da Santa Sé.
O legado pontifício pediu então a Nossa Senhora que “as crianças e os jovens tenham um futuro sereno e seguro, que as famílias sejam centros de amor, que os idosos e os doentes recebam conforto e alívio nos seus sofrimentos, que aqueles que defendem a sua pátria sejam protegidos dos ataques do mal, que os prisioneiros de guerra abracem novamente os seus entes queridos e que as vítimas sejam acolhidas no Reino dos Céus”.
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Uma oração a Nossa Senhora do Carmo
O cardeal Parolin dirigiu então a Nossa Senhora a oração Flos Carmeli (Flor do Carmelo, em latim), tradicionalmente atribuída ao santo eremita inglês Simon Stock, a quem Nossa Senhora do Carmo deu o escapulário.
“Flor do Carmelo, videira florida, esplendor do céu, só tu és Virgem Mãe. Armadura forte dos combatentes, a guerra se intensifica: coloque o escapulário em defesa. Ó chave e porta do Paraíso, auxilie-nos onde ti é coroada de glória. Amém”.
No final da missa, o cardeal entregou um terço enviado pelo papa Francisco como “compromisso de todos para continuar a rezar para que a Virgem venha satisfazer as nossas necessidades e exigências”.
O primeiro milagre do santuário de Nossa Senhora do Carmo em Berdychiv
Na missa de ontem (21) também foi lembrado o primeiro milagre do santuário dedicado a Nossa Senhora do Carmo nessa região da Ucrânia.
Segundo Vatican News, o governador de Kiev e Zhytomyr, Janusz Tyszkiewicz, foi capturado numa batalha contra os tártaros em 1627. Depois de ser acorrentado, ele prometeu fazer alguma boa ação em honra de Deus e de Nossa Senhora caso fosse libertado.
Enquanto dormia, alguns frades que ele não conhecia apareceram-lhe rezando a Deus e a Nossa Senhora por sua liberdade, que obteve mais tarde.
Uma vez livre, decidiu construir um mosteiro em Berdychiv para os religiosos que via nos seus sonhos e que três anos depois reconheceu como os carmelitas de Lublin.
A igreja foi consagrada em 1642 e no altar-mor foi colocado o ícone de Nossa Senhora das Neves, cópia do que está na basílica papal de Santa Maria Maior em Roma, de Salus Populi Romani, protetora do povo romano, diante da qual o papa Francisco reza antes e depois de suas viagens internacionais.
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