18 de jul de 2024 às 11:57
Aos 39 anos, o senador republicano de Ohio, EUA, James David “JD” Vance, companheiro de chapa de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA de 2024, pode tornar-se o segundo vice-presidente católico do país.
Ele foi batizado e confirmado na Igreja Católica aos 35 anos no priorado dominicano de Santa Gertrudes em Cincinnati, Ohio, EUA.
Vance escreveu sobre sua conversão como um processo que ocorreu de forma “lenta e desigual” ao longo de vários anos no artigo “Sobre Mamaw e Sobre se Tornar Católico” publicado no jornal católico The Lamp em 2020.
Segundo Vance, sua jornada gradual para a fé foi inspirada pelo exemplo de sua avó, “Mamaw”, a quem ele descreve como “uma mulher de fé profunda, mas completamente desinstitucionalizada”.
Depois de crescer em um lar pobre nos montes Apalaches, servir quatro anos na Marinha dos EUA e se formar em direito na Universidade de Yale, Vance se considerava ateu.
Apesar de vencer dificuldades de sua origem humilde e ascender na hierarquia econômica e social, Vance não estava feliz com sua situação de vida e começou a desenvolver uma inclinação ao cristianismo e em particular ao catolicismo.
“Comecei a me perguntar: todos esses indicadores mundanos de sucesso estavam realmente me tornando uma pessoa melhor? Eu tinha trocado virtude pela realização e achei essa última insuficiente”, escreveu ele. “Havia uma voz na minha cabeça que exigia mais de mim”.
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“Eu me sentia desesperado por uma visão de mundo que entendesse nosso mau comportamento como simultaneamente social e individual, estrutural e moral; que reconhecesse que somos produtos do nosso ambiente; que temos a responsabilidade de mudar esse ambiente, mas que ainda somos seres morais com deveres individuais; uma [visão] que pudesse falar contra as crescentes taxas de divórcio e vício, não como conclusões higienizadas sobre suas externalidades sociais negativas, mas com indignação moral”.
Vance escreveu que, mais do que qualquer filosofia política, logo percebeu que essa visão de mundo que buscava era uma que ele conhecia há muito tempo: “Era o cristianismo da minha avó”.
“Apesar da falta de familiaridade da minha avó com a liturgia, as influências culturais romana e italiana e o papa estrangeiro, lentamente comecei a ver o catolicismo como a expressão mais próxima do seu tipo de cristianismo, uma fé centrada em um Cristo que exige perfeição de nós, ao mesmo tempo em que ama incondicionalmente e perdoa facilmente”, escreveu Vance.
Vance disse que “a parte católica” de seu coração exigiu que ele pensasse nas coisas que realmente importam, que tratasse seu filho com paciência, moderasse seu temperamento, valorizasse sua família acima de sua renda e prestígio, e perdoasse aqueles que o cometessem injustiça contra ele.
“Se eu quisesse que essa parte de mim fosse alimentada e crescesse, eu precisava fazer mais do que ler um livro ocasional de teologia ou refletir sobre minhas próprias deficiências”, disse Vance. “Eu precisava rezar mais, participar da vida sacramental da Igreja, confessar e me arrepender publicamente, não importa o quão estranho isso pudesse ser”.
“E eu precisava da graça. Eu precisava, em outras palavras, tornar-me católico, não apenas pensar nisso”.
Em entrevista ao EWTN News Nightly em novembro de 2022, Vance descreveu a história e a riqueza da fé católica como as forças que guiam sua atuação política ao dizer que “uma das grandes lições da tradição católica é que há uma política pública que protege a vida e também respeita a dignidade do trabalhador americano”.
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