3 de jul de 2024 às 15:00
O papa Francisco fará uma viagem apostólica ao Timor Leste, país asiático com a maior porcentagem de católicos na população, em setembro. A presença do papa será “uma fonte de muitas bênçãos e também de esperança para a nação”, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), a irmã Cristina Macrino.
A freira pertence à Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima e vive na cidade de Bobonaro.
“As pessoas estão ansiosas para vivenciar este evento com a maior intensidade e alegria possível”, disse a freira.
Timor-Leste alcançou a sua independência da Indonésia em 2002, tornando-se assim o primeiro Estado soberano criado no século XXI. Antes da ocupação indonésia, foi colônia de Portugal durante muitos séculos.
Embora em termos absolutos as Filipinas tenham uma população católica maior de 100 milhões de batizados, em Timor-Leste quase 99% dos 1,3 milhões de habitantes professa a fé católica.
Essa será a segunda visita de um papa ao país. São João Paulo II visitou o Timor-Leste em 1989.
A irmã Macrino, portuguesa de nascimento, chegou ao país asiático em 2012. Em entrevista ao Global Sisters Report, em janeiro deste ano, a freira reconheceu que não foi fácil adaptar-se a uma nova cultura e que, devido às grandes deficiências do Timor Leste, “tudo lá é um desafio”.
“O país tem que importar quase tudo o que consome, não há muitos empregos, falta formação profissional; temos uma alimentação pobre, um sistema de saúde com recursos e acesso muito fracos”, disse a freira.
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Sendo enfermeira, a questão da saúde é particularmente preocupante para ela. No entanto, um dos aspectos mais importantes da missão da irmã Macrino no país envolve a educação de crianças.
Através de um centro de acolhimento, ela e sua congregação ajudam mais de 300 crianças. Eles também dão apoio aos mais pobres ao seu redor. Hoje, 83 famílias recebem alimentos básicos e itens de higiene e limpeza graças às freiras.
“Em julho de 2020 inauguramos a Clínica Médica Madre Cecília dos Santos. Antes já trabalhávamos na área da saúde, mas em instalações temporárias. Agora temos um protocolo de cooperação com o Ministério da Saúde timorense”, disse a irmã Macrino.
Graças ao testemunho das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, alguns jovens timorenses decidiram seguir a vida religiosa.
“Em Portugal temos sete [vocações], entre noviços e postulantes”, disse a freira.
“Queremos continuar a promover a nossa espiritualidade e carisma de reparação e devoção mariana, especialmente para dar continuidade à nossa congregação não só em Timor, mas também em outros países”, acrescentou a irmã Macrino.
“Espero também que o povo de Timor-Leste nunca desista da sua fé e sempre se ajude. A fé que temos e professamos é uma grande força de solidariedade, de unidade e de respeito”, disse a freira.
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