2 de jul de 2024 às 16:16
A Secretaria do Interior do Governo do México (SEGOB, na sigla em espanhol) enviou uma solicitação às dioceses mexicanas para fornecer “detalhes de contato de padres, párocos, pastores, ministros, representantes sociais” em suas regiões, para convidá-los a participar de um curso sobre “símbolos patrióticos”.
O documento, assinado por Julio César Hernández Martínez, diretor-geral de Cultura Democrática e Desenvolvimento Cívico – órgão dependente da SEGOB – destaca “a importância de gerar orgulho e pertencimento aos Símbolos Patrióticos entre a população”.
“Estamos convencidos da importância de reforçar nossos valores cívicos para lançar as bases que dão viabilidade e permanência às mudanças que implicarão a continuidade desta Transformação da Vida Pública no México”, afirma Martínez.
CEM incentiva “preservar a privacidade” das informações dos padres
Em resposta ao documento do governo, a Conferência Episcopal Mexicana (CEM, na sigla em espanhol) deu diferentes recomendações às dioceses do país em um comunicado interno, que foi divulgado nos últimos dias através de grupos de WhatsApp. A ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, confirmou a autenticidade do texto da CEM.
A CEM aconselhou as dioceses a “preservar a privacidade de nossos padres e ministros”, ao sugerir “não fornecer diretamente diretórios ou informações de contato à Secretaria do Interior”.
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A conferência episcopal defendeu o “respeito pela autonomia e liberdade de decisão de cada membro do clero”.
“Se algum sacerdote quiser participar no referido curso, pode fazê-lo por iniciativa própria, inscrevendo-se diretamente no site oficial da Secretaria do Interior”, disse o comunicado.
A CEM destacou também a necessidade de “manter uma relação respeitosa, mas independente, com as autoridades civis, salvaguardando a separação entre a Igreja e o Estado consagrada na nossa Constituição”.
Ao concluir, a Conferência Episcopal Mexicana especificou que a “principal missão” dos bispos e sacerdotes “é pastoral e espiritual”.
“Ao mesmo tempo em que valorizamos a civilidade, devemos nos concentrar em nossas responsabilidades eclesiais”, disse o comunicado.
“Confiamos no bom senso de cada bispo para lidar com essa situação em sua diocese, zelando sempre pelo bem da Igreja e respeitando nossos princípios”, acrescentou a CEM no documento assinado pelo arcebispo de Monterrey, dom Rogelio Cabrera López, presidente da conferência episcopal; e pelo arcebispo de Cuernavaca, dom Ramón Castro Castro, secretário-geral da conferência episcopal.
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