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13 de jun de 2024 às 10:28

O custódio franciscano da Terra Santa, frei Francesco Patton, refletiu sobre o significado espiritual do tradicional “pão de santo Antônio”, que é abençoado e distribuído em vários lugares do mundo, como na basílica de Santo Antônio em Pádua, Itália, em dia 13 de junho, dia da festa do chamado “santo do mundo”.

Em sua homilia ontem (12), publicada no site da Custódia Franciscana, ele destacou que “o pão de santo Antônio não é um pão que pedimos a santo Antônio, mas um pão que damos com um coração agradecido”.

Isso “porque reconhecemos que o Senhor continua a nos conceder graças ao longo de nossas vidas, por intercessão desse santo que se dedicou intensamente aos pobres, cuidou deles, defendeu-os e os evangelizou”. 

“Com o coração cheio de gratidão a Deus que age por meio de seus santos, tendo reconhecido os benefícios recebidos, colocamos este pão nas mãos de Antônio, para que se torne alimento e suporte de vida para os mais pobres”, disse o frei Patton.

O significado do pão de santo Antônio

“Qual é, então, o significado mais profundo desse gesto?”, perguntou o custódio. “Reconhecer que tudo o que somos e tudo o que temos é um dom de Deus e que, se recebemos tanto, devemos aprender a compartilhar o que recebemos, como Jesus Cristo”, respondeu.

O frei Francesco Patton recordou que “no sermão do Evangelho das Bodas de Caná, santo Antônio enumera as várias obras penitenciais que purificam a nossa consciência diante de Deus e, entre elas, inclui a esmola, ou seja, aquela espécie de misericórdia e compaixão que leva a partilhar os próprios bens”.

Por isso, o custódio franciscano pediu “que o Senhor nos conceda também a graça de reconhecer os benefícios recebidos e de compartilhar tudo o que somos e tudo o que temos, para que – como sugere o próprio são Francisco – não retenhamos nada do que temos para nós mesmos, para que Aquele que se oferece inteiramente a nós nos acolha todos e totalmente”.

“Acredito que essa iniciativa tenha se espalhado e se enraizado nos corações dos cristãos em todos os lugares porque é um gesto simples e fundamental, muito semelhante ao gesto mais importante de Jesus: o de se entregar a nós como o Pão da Vida na Eucaristia”, disse o custódio.

O pão de santo Antônio

O pão de santo Antônio tem sua origem em um dos milagres do santo envolvendo Tomasito, um menino de 20 meses que se afogou em um poço.

A mãe, desesperada, invocou a ajuda do santo e fez uma promessa: se obtivesse a graça, daria aos pobres o mesmo peso em pão que o peso da criança. E o menino milagrosamente voltou à vida.

O milagre deu origem a duas obras de caridade: a Obra do Pão dos Pobres, organização antoniana em Pádua que leva alimentos, bens de necessidades básicas e assistência aos mais necessitados; e a Caritas Antoniana Onlus, órgão de caridade dos frades do santo que apoia centenas de projetos de desenvolvimento em dezenas de países.