31 de mai de 2024 às 02:00
Uma antiga tradição diz que na Anunciação-Encarnação de Cristo, a Virgem Maria usava um véu, que teria usado também ao ir “às pressas” para ajudar a sua prima Isabel. Esta relíquia está guardada em um importante templo e deu origem à festa da Visitação que a Igreja celebra hoje (31).
Segundo o site de pesquisas de santos Santi e Beati, esse véu ou manto da Virgem é chamado de “maphorion” ou “omophorion” (do grego omos = ombro e costas).
Foi conservado em Jerusalém até ser levado para Constantinopla, na atual Istambul, Turquia, no ano 472 d.C. por Galbios e Candidos, dois cidadãos romanos da classe aristocrática dos patrícios.
O véu foi mantido no santuário de Balcherne, em Istambul, e depois transferido para uma capela adjacente chamada “Santa Soros“.
Em junho de 619, a relíquia foi escondida por causa de uma incursão de bandidos. Seria devolvida ao santuário no dia 2 de julho do mesmo ano, data que se tornou uma festa mariana, e uma data chave.
Segundo o site patrimonial do Ministério da Cultura (POP) francês, em 792 o imperador oriental Constantino V enviou o chamado véu da Virgem a Carlos Magno.
Então, a relíquia passou para as mãos do abade de “Aix-la-Chapelle” (Alemanha). Finalmente, em 876, foi confiada por Carlos, o Calvo, à catedral de Notre-Dame de Chartres, localizada a sudoeste de Paris.
Depois do ano 1000, o véu foi colocado em um relicário que ficou fechado por muito tempo. As pessoas se esqueceram de como era e começaram a chamá-lo de “chemise“. É por isso que a própria catedral de Chartres o chama de “Sancta Camisia“.
De acordo com o POP, segundo dados oficiais de 1712, foi descoberto que era um pano de 2 metros e 12 centímetros de comprimento por 46 centímetros de largura. Assim permaneceu até que no auge da Revolução Francesa, em 1793, foi cortado e distribuído.
Em 1809, o então bispo de Chartres, dom Jean-Baptiste-Joseph de Lubersac, recolheu vários pedaços. O maior está guardado na catedral de Chartres dentro de um novo relicário.
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Outro pedaço de 25 x 13 centímetros está na capela Vendôme, sul de Chartres, enquanto os fragmentos menores estão nos arquivos diocesanos.
O POP disse que peritos do “Musée des Tissus de Lyon” (Museu do tecido de Lyon) em 1927 determinaram que o que a tradição chama de véu da Virgem se assemelha aos usados pelas mulheres no início da era cristã no Oriente.
O véu e a festa da Visitação
Segundo o site de notícias do Vaticano, Vatican News, antigamente, em 2 de julho, era celebrada “a festa da Deposição da santa Túnica da Theotokos na Blachernes (basílica)”. Nesta festividade, era lido o trecho bíblico da Visitação.
O templo de Blachernes é o santuário de Blachernes, onde segundo Santi e Beati esteve o véu da Virgem.
Desde 619, a devolução desta relíquia mariana era celebrada todo dia 2 de julho. Ambas as fontes também concordam que os franciscanos adotaram esta festa e fizeram dela a memória da Visitação no ano de 1263.
O papa Urbano VI, em 1389, oficializou-a para 2 de julho e o Concílio de Basileia, em 1441, confirmou-a para toda a Igreja. Com o Concílio Vaticano II e o novo calendário litúrgico, passou a ser celebrada todo dia 31 de maio.
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