24 de mai de 2024 às 02:00
A Igreja Católica tem sete sacramentos. A Eucaristia é, como disse santo Tomás de Aquino, o “Sacramento dos Sacramentos”. A doutrina católica ensina que a Eucaristia é a presença real de Jesus Cristo em corpo, sangue, alma e divindade, com a aparência de pão e vinho. A participação na Eucaristia é conhecida como “sagrada Comunhão”.
“Comunhão” vem do latim communio, que significa “estar em união com”. O Catecismo da Igreja Católica ensina, no número 1.331: “é por este sacramento que nos unimos a Cristo, o qual nos torna participantes do seu corpo e do seu sangue, para formarmos um só corpo”.
O número 1.419 diz que quem acolhe Jesus na Eucaristia recebe também “penhor da glória junto d’Ele”. “A participação no santo sacrifício identifica-nos com o seu coração, sustenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e desde já nos une à Igreja do céu, à Santíssima Virgem e a todos os santos”, diz o catecismo.
No número 1.416, a Igreja ensina que receber a Eucaristia “aumenta a união do comungante com o Senhor perdoa-lhe os pecados veniais e preserva-o dos pecados graves”.
Por isso, em sua exortação apostólica Evangelii gaudium, o papa Francisco destacou que este sacramento “não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos”.
Ao mesmo tempo, a Igreja se baseia nas Escrituras para estabelecer os requisitos para receber a sagrada Comunhão. São Paulo diz: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo e, assim, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação”.
Assim, a Igreja ensina que há dois requisitos básicos que os católicos devem cumprir para receber dignamente a sagrada Comunhão:
1. Estar em estado de graça
Estar em “estado de graça” significa estar livre do pecado mortal. Como diz o Catecismo no número 1.415: “Se alguém tiver consciência de ter pecado mortalmente, não deve aproximar-se da Eucaristia sem primeiro ter recebido a absolvição no sacramento da Penitência”.
Um pecado mortal, diz o Catecismo, “destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave à Lei de Deus. Desvia o homem de Deus, que é o seu último fim, a sua bem-aventurança, preferindo-Lhe um bem inferior”.
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Para que um pecado seja mortal, a pessoa deve estar consciente de que o ato que pratica é pecado, e cometê-lo deliberadamente.
Os pecados mortais incluem assassinato, adultério, fornicação, atos homossexuais, roubo, aborto, eutanásia, pornografia, não pagar o salário de quem trabalhou. A Igreja ensina que faltar intencionalmente à missa em um domingo ou dia santo de obrigação quando se pode assistir também é um pecado mortal.
O Código de Direito Canônico enfatiza no cânon 916 esta exigência para receber a sagrada Comunhão: “Quem estiver consciente de pecado grave não celebre Missa nem comungue o Corpo do Senhor, sem fazer previamente a confissão sacramental, a não ser que exista uma razão grave e não tenha oportunidade de se confessar; neste caso, porém, lembre-se de que tem obrigação de fazer um ato de Contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes”.
Os bispos dos EUA, no documento que adotaram em novembro de 2021 intitulado “O mistério da Eucaristia na vida da Igreja”, tratam desse ponto.
“Receber o Corpo e Sangue de Cristo em estado de pecado mortal representa uma contradição”, afirma o documento. “A pessoa que, por sua própria ação, rompeu a comunhão com Cristo e sua Igreja, mas recebe o Santíssimo Sacramento, age de forma incoerente, reivindicando e rejeitando a comunhão ao mesmo tempo. É, portanto, um contrassinal, uma mentira: expressa uma comunhão de fato rompida”.
Nesse sentido, o documento explica que o sacramento da Penitência “nos dá a oportunidade de recuperar o dom da graça santificante e de ser restaurado à plena comunhão com Deus e a Igreja. Tudo o que o sacramento requer de nós como penitentes é ter contrição por nossos pecados, decidir não voltar a pecar, confessar nossos pecados, receber a absolvição sacramental e fazer a penitência designada”.
2. Observar o jejum eucarístico
O direito canônico estabelece: “Quem vai receber a santíssima Eucaristia, abstenha-se, pelo espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão, de qualquer comida ou bebida, exceto água ou remédios”.
No entanto, os idosos, os doentes e seus cuidadores estão isentos do jejum eucarístico. Da mesma forma, sacerdotes e diáconos não podem dispensar alguém do jejum eucarístico, a menos que o bispo tenha expressamente concedido tal faculdade.
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