15 de mai de 2024 às 14:08
O arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, disse a todas as comunidades da arquidiocese para manterem, “também em comunhão com os desabrigados e as famílias enlutadas”, “onde for possível, a programação religiosa, intensificando as orações do povo de Deus, resgatando inclusive as devoções populares, como o terço, via-sacra, ladainhas e momentos de Adoração ao Santíssimo”, mas evitassem “grandes festejos”, dado “o contexto de calamidade” das enchentes e desastres que o Rio Grande do Sul enfrenta há mais de 15 dias por conta das fortes chuvas no Estado.
O também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu aos fiéis que destacassem “o espírito de solidariedade de muitos” e estimulou, na medida do possível, à participação na romaria arquidiocesana ao santuário Mãe de Deus, marcada para o dia 26 de maio, a partir das 13h.
“Mantenhamo-nos unidos! Que a Mãe de Deus interceda pelo nosso povo a fim de que, juntos, possamos reconstruir o Rio Grande do Sul”, disse dom Jaime.
As fortes chuvas no Rio Grande do Sul ocasionaram a maior enchente da história do Estado, afetando 449 dos 497 municípios do Sul do país, cerca de 90%, segundo o boletim diário da Defesa Civil emitido hoje (15), às 12h. Até agora, foram registrados 149 mortes, 108 desaparecidos, 806 pessoas feridas e mais de 538 mil desabrigadas. Foram resgatadas mais de 76 mil pessoas e mais de 11 mil animais.
Depois de três semanas, hoje (15) as chuvas diminuíram. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu hoje dois alertas de perigo de geada para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Segundo o Inmet, a temperatura deve chegar a 6°C ou 7°C em Porto Alegre (RS) e nos arredores do Guaíba, que voltou a subir ontem (14) para 5,21 metros, marca que permaneceu hoje.
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Frio, saúde e falta da água potável preocupam
Dom Jaime Spengler disse ontem (14) a Vatican News, serviço de comunicação da Santa Sé, que cidades “foram arrasadas, destruídas, as imagens são muito fortes. Na região metropolitana, “as casas que estão dentro da água, sobretudo as casas de alvenaria, vão demorar muito para secar e poder serem usadas novamente”, disse.
O frio é “uma preocupação muito forte”, porque as baixas temperaturas que ocorrem normalmente nesta época, podem “trazer uma série de consequências para a saúde de muitas pessoas”, como “a tuberculose e a leptospirose”, “doenças que começam a se manifestar” também neste tempo frio.
“Não tem faltado doações, muita coisa está chegando”, disse dom Jaime, e “a solidariedade tem se manifestado de uma forma muito forte e muito bonita”, mas “há preocupação com a água potável” para a população.
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