Escoteiros mudam de nome por “inclusividade”

Decisão controversa enfrenta resistência e intensifica debate sobre o futuro da organização centenária e das mais tradicionais do país

A centenária organização dos escoteiros da América (“Boy Scouts of America”, ou “BSA”), promover a “inclusão”, anunciou que vai mudar seu nome para “Escoteiros da América”, tirando a palavra “Boy” (“Menino”) a partir de 8 de fevereiro de 2025, data que marca o aniversário de 115 anos da instituição.

Líderes republicanos manifestaram desaprovação quanto à mudança, interpretando como um sinal de “correção política excessiva”. O senador Ted Cruz criticou a organização, sugerindo que a eliminação da palavra “boy” (menino) do nome só pioraria o declínio no número de participantes. “Com o número de membros em seu pior nível histórico, os Escoteiros da América decidem renomear para deixar claro que ‘meninos’ não são mais bem-vindos. Certamente isso ajudará no recrutamento,” ironizou Cruz.

O deputado Andrew Clyde também atacou a mudança, afirmando que “a esquerda agora retirou ‘Menino’ de ‘Escoteiros’”. Para Clyde, “o ativismo exagerado destrói tudo o que toca”. Esses comentários refletem um segmento significativo da sociedade americana que vê a mudança como uma capitulação às pressões modernas do movimento woke, em vez de uma evolução.

Os Escoteiros da América enfrentaram graves desafios nos últimos anos, incluindo um processo de falência motivado por numerosas acusações de abuso sexual, resultando em um acordo de indenização de cerca de US$ 2,4 bilhões. Roger Krone, presidente e CEO da BSA, reafirmou o compromisso da organização com seus princípios originais, apesar da alteração do nome: “Embora nosso nome seja novo, nossa missão permanece inalterada. Estamos comprometidos em preparar os jovens para a vida,” declarou.

Essa mudança segue uma série de reformas inclusivas, como a aceitação de jovens gays em 2013 e a inclusão de meninas em 2017. Angelique Minett, a primeira presidente mulher do programa Escoteiros BSA, destacou que a organização vai além das atividades tradicionais, como fazer nós e participar de acampamentos, focando em habilidades de liderança e resiliência.

O Antagonista

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