7 de mai de 2024 às 10:21

Os carmelitas descalços pedem que santa Teresa Benedita da Cruz, cujo nome civil era Edith Stein, seja declarada doutora da Igreja com o título de “doctor veritatis” (Doutora da verdade, em latim).

O papa Francisco recebeu um pedido oficial do superior geral dos Carmelitas Descalços, padre Miguel Márquez Calle, no dia 18 de abril, em audiência privada no Vaticano, para reconhecer o legado teológico da santa martirizada em Auschwitz.

Se a petição for aceita, santa Teresa Benedita da Cruz, pode tornar-se a quinta doutora da Igreja, um título que reconhece uma contribuição substancial para a teologia e a vida moral da Igreja.

Com a petição, o dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé pode iniciar oficialmente o processo necessário para conceder o título a Stein.

Os carmelitas instalaram uma comissão internacional para reunir a documentação necessária exigida pela Santa Sé em 2022, ano que marcou tanto o 100º aniversário do batismo de Stein como o 80º aniversário do seu martírio.

A concessão do título de “doctor veritatis” à santa foi proposto na época por causa de sua incansável busca intelectual pela verdade, que a santa reconheceu na pessoa de Jesus Cristo depois de sua conversão.

Stein nasceu em 1891 em uma família judia no que hoje é Wrocław, no sudoeste da Polônia. A cidade era então conhecida como Breslau e fazia parte do Império Alemão.

Depois de declarar-se ateia aos 20 anos, ela fez doutorado em filosofia.

Ela se converteu ao catolicismo depois de ler, ao longo de uma noite inteira, a autobiografia de santa Teresa de Ávila, freira carmelita do século XVI, na casa de um casal de amigos em 1921.

“Ao terminar o livro, eu disse a mim mesma: Esta é a verdade”, disse ela mais tarde.

Stein foi batizada em 1º de janeiro de 1922, aos 30 anos. Ela adotou o nome de Teresa Benedita da Cruz ao tornar-se noviça carmelita 12 anos depois.

Dez anos depois de ter entrado no convento carmelita, ela foi presa junto com sua irmã Rosa, que também se tornou católica, e os membros de sua comunidade religiosa.

Ela tinha acabado de escrever um estudo sobre são João da Cruz intitulado “A Ciência da Cruz”.

Santa Teresa Benedita da Cruz morreu no campo de concentração de Auschwitz em 9 de agosto de 1942. O papa são João Paulo II a canonizou em 1998 e a proclamou co-padroeira da Europa no ano seguinte.

“Deus é a verdade. Qualquer pessoa que busca a verdade busca a Deus, esteja ou não ciente disso”, escreveu Stein depois de sua conversão.