O ex-prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo Castelliano, volta ao centro de mais uma denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB), desta vez ao lado do também ex-prefeito Wellington Viana França. A nova ação, movida pelo 4º promotor de Justiça de Cabedelo, Ronaldo José Guerra, pede o bloqueio dos bens de ambos para garantir o ressarcimento de R$ 430.621,88 aos cofres públicos — valor relacionado a pagamentos indevidos e obras que jamais saíram do papel.
Segundo a denúncia, Wellington Viana teria autorizado, entre janeiro e maio de 2018, o pagamento de R$ 382.313,18 a 36 servidores fantasmas — pessoas cujos nomes aparecem na famigerada Operação Xeque-Mate, mas sem qualquer comprovação de que realmente trabalharam para a Prefeitura.
Já Vitor Hugo é acusado de causar um prejuízo de R$ 48.308,70, conforme apontado pelo Tribunal de Contas do Estado, referente a **serviços de pavimentação e topografia pagos e não executados**. Obras fantasmas, dinheiro real.
Relembrando os escândalos
Esse não é o primeiro, nem o mais grave episódio envolvendo Vitor Hugo. O agora ex-prefeito está mergulhado em uma série de denúncias que vão desde enriquecimento incompatível com a função pública até possíveis vínculos com organizações criminosas.
Em 2022, chamou atenção o salto em seu patrimônio: de zero bens declarados em 2016, ele passou a declarar mais de R$ 5 milhões em 2022 — algo que levantou suspeitas e motivou denúncia ao Ministério Público.
Em 2023, veio à tona uma grave acusação de contratação de médicos fantasmas durante a pandemia, com profissionais sem qualquer registro nos conselhos de saúde atuando no Hospital Padre Alfredo Barbosa — um esquema que teria movimentado mais de R$ 130 mil.
Mais recentemente, Vitor Hugo tornou-se alvo da Operação En Passant, conduzida pela Polícia Federal e pelo Gaeco. A investigação revelou indícios de compra de votos, corrupção eleitoral e até envolvimento de facções criminosas em nomeações dentro da prefeitura. Foram encontradas listas de apadrinhados políticos ligadas ao traficante Fatoka, e medidas cautelares foram impostas ao ex-prefeito, incluindo recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com outros investigados.
Mesmo após as eleições de 2024, as investigações apontam que os esquemas continuaram — e o uso da máquina pública para acobertar provas e proteger aliados parece ter sido a tônica da gestão Vitor Hugo.
Agora, com mais essa ação do MPPB, cresce o cerco judicial em torno de um dos personagens mais controversos da política paraibana recente.
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