A vereadora de João Pessoa, Eliza Virgínia (PP), reagiu à denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que a acusa de incitação ao ódio e discriminação contra a população LGBTQIA+. A parlamentar não reconheceu a gravidade das acusações e adotou o discurso de perseguição política, alegando que a ação seria uma tentativa de silenciá-la.
“Eu sou mulher, fui eleita por um povo que me confiou para defender uma causa, e como vereadora, eu tenho a obrigação de falar o que minha comunidade pensa. Eu acho uma perseguição, uma injustiça muito grande, e eu acho até uma misoginia do que estão fazendo comigo há muitos anos”, afirmou.
No entanto, a denúncia do MPF, já aceita pela Justiça, é embasada em seis postagens feitas entre 2021 e 2023, nas quais Eliza Virgínia incita a exclusão e a intolerância contra a comunidade LGBTQIA+. O MPF sustenta que as declarações extrapolam a liberdade de expressão e configuram crime de discurso de ódio, enquadrado na Lei do Racismo, que equipara homofobia e transfobia a crimes imprescritíveis.
A vereadora nega ter feito postagens homofóbicas e a intenção discriminatória.
“Eu não fiz nenhum vídeo de cunho homofóbico porque eu não sou homofóbica. Eu defendo mulheres, defendo que possamos ir ao banheiro tranquilas, sem o constrangimento de nos depararmos com um homem biológico. Defendo mulheres que querem competir de igual para igual e não com uma mulher trans, que tem hormônios e força masculina”, disse.
A parlamentar também afirmou ter sido surpreendida pela denúncia, insinuando que o processo teria relação com o Dia Internacional da Mulher.
“Recebo com muito constrangimento essa denúncia, feita justamente na Semana da Mulher. Uma mulher está sendo atacada e perseguida com dezenas de processos. Mas eu confio na Justiça dos homens e, principalmente, na Justiça de Deus”, declarou.
O MPF pede a condenação da vereadora com base na Lei do Racismo, com penas que variam entre 2 e 5 anos de prisão por postagem, além de multa e reparação pelos danos sociais causados.
PB Agora
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