4 de out de 2024 às 16:07
O Sínodo da Sinodalidade é “uma oportunidade de resgatar as grandes linhas do Concílio Vaticano II”, disse o arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e presidente do Conselho Episcopal Latino Americano e Caribenho (Celam) em um texto enviado à CNBB com suas considerações sobre a segunda sessão do sínodo, que começou na quarta-feira (2), no Vaticano, e vai até o fim do mês. “Na verdade, se trata de desenvolver as intuições dos padres conciliares e encontrar caminhos viáveis para implementá-las”, ressaltou Spengler.
Dom Jaime é um dos 13 participantes brasileiros do Sínodo da Sinodalidade e representa o Celam no sínodo.
Segundo o arcebispo de Porto Alegre, “a Igreja como povo de Deus, comunhão de peregrinos, é um organismo vivo”, e isto “implica estar disposta, aberta para colher os sinais dos tempos, num mundo em rápidas transformações e evolução”.
“Vivemos um tempo em que a Igreja está sendo desafiada a buscar meios, linguagem e métodos apropriados para transmitir a fé às novas gerações”, disse dom Jaime.
Para ele, “a dinâmica sinodal requer uma abertura constante ao Espírito de Deus e seu Santo modo de operar, por meio do qual vive e atua na Igreja o Cristo vivo e ressuscitado”.
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“Ao longo do caminho já feito, uma coisa está se tornando sempre mais evidente: é necessário encontrar meios para que as capacidades e disposições de todos sejam colocadas a serviço da missão”, diz o texto. “Todos os batizados necessitam melhor compreender o que significa ser Igreja participativa, promovendo a comunhão e a missão”.
“Neste caminho, não se pode temer as controvérsias”, crê dom Jaime. É preciso “compreendê-las como algo que faz parte do processo”, porque “o importante e decisivo é se o que está autenticamente em questão é a fidelidade ao Evangelho, à bela e rica tradição da Igreja e se as possíveis e necessárias respostas aos apelos de hoje trazem as marcas da vocação da própria Igreja: ser sal e luz no mundo!”
Com relação a conversão pastoral, dom Jaime afirmou que é preciso uma “renovação de estruturas”, mas primeiro há “a necessidade de conversão pessoal”, visto que “urge tornar a tarefa evangelizadora mais inclusiva e aberta; instigar a todos os que reconhecem Jesus como Caminho, Verdade e Vida a ‘sair’, a compartilhar com quem encontrar a experiência de se sentir amado” por Ele. Para o presidente do Celam, a metodologia aplicada no Sínodo deve inspirar “todos a se abrirem e a realizarem o caminho que o Espírito está indicando”.
“No Brasil, e na América Latina, muito do espírito que orienta os trabalhos sinodais já se estão presentes na pastoral ordinária das Igrejas particulares”, mas ainda “se pode avançar, aprender com outras realidades eclesiais, outras culturas”.
“É por aí que passa a tão necessária e desejada renovação de métodos, expressões, linguagem ardor, disposição e estruturas”, pontuou dom Jaime.
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