1 de out de 2024 às 12:53
O secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cardeal Mario Grech, abriu ontem (30) um retiro de dois dias para os participantes da segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade, incentivando os participantes do sínodo e os fiéis a rezar o santo rosário no encontro global que começa amanhã (2) e vai até 27 de outubro.
“Gostaria de convidar a todos, neste mês de outubro dedicado à Mãe Maria, a rezar com o santo rosário durante o sínodo para que essa oração possa nos acompanhar na jornada destes dias”, disse Grech. “O rosário é uma ruminação sem fim da palavra de Deus”.
“Invoquemos juntos neste mês a Mãe Maria, modelo da Igreja, para que a assembleia sinodal que hoje inicia seu caminho seja um Pentecostes renovado”, disse o cardeal.
Todos os 464 participantes votantes e não votantes da reunião sinodal do ano — incluindo bispos, padres, religiosos e leigos — foram convidados a participar de um retiro no Vaticano em preparação para as discussões do sínodo, que vão começar amanhã (2) e vão incluir temas de cuidado pastoral e formação, estruturas eclesiais e esclarecimento das doutrinas da Igreja.
O retiro incluiu a oração comunitária de laudes liderada pela madre beneditina Maria Ignazia Angelini; duas meditações guiadas pelo padre dominicano Timothy Radcliffe, conselheiro espiritual do sínodo; tempo para oração pessoal dentro dos muros do Vaticano; e missa à noite.
Maria: modelo de oração para a Igreja
No início do retiro, o cardeal Grech falou sobre a importância primária da oração: “Começamos nossa jornada com os dias de retiro. Eles não são uma preparação para o sínodo, mas uma parte integral dele”.
“De fato, o sínodo não pode deixar de ser uma oração, uma liturgia, na qual o ator principal não somos nós, mas o Espírito Santo”, disse o cardeal a cerca de 400 pessoas reunidas na Nova Sala Sinodal do Vaticano para um momento de oração e reflexão.
O cardeal Grech presenteou cada participante com um rosário do papa e exortou os participantes do retiro a se voltarem para a Bem-Aventurada Virgem Maria, o “modelo e imagem da Igreja”, para aprenderem a ser uma Igreja que escuta com um “estilo sinodal”.
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“Maria é para nós hoje um modelo de oração enquanto vivemos estes dias intensos da assembleia sinodal”, disse o cardeal Grech.
“Maria é também uma mulher sinodal porque com a sua vida nos ensina que a Igreja, como emerge do ensinamento e da reflexão teológica de Bento XVI, não é obra das nossas mãos, mas obra de Deus.”
Radcliffe aos participantes do retiro: ‘Respirem profundamente’ o Espírito Santo
Em suas meditações matinais, o padre Radcliffe disse que o “desafio do sínodo é que ajudemos uns aos outros a respirar profundamente o rejuvenescedor Espírito Santo que nos torna vivos, jovens, em Deus”.
“Vamos dar um ao outro espaço para respirar. O oxigênio da respiração. O oxigênio do Espírito Santo”, disse o padre Radcliffe aos seus ouvintes.
“Essa paz indestrutível não significa que vivemos em perfeita harmonia. Estamos reunidos nesta assembleia porque não vivemos”, disse o padre. “Mas nenhuma discórdia pode destruir nossa paz em Cristo, pois somos um nele.”
Ao refletir sobre os quatro relatos evangélicos da Ressurreição, o padre Radcliffe disse que os discípulos, que receberam o Espírito Santo no Pentecostes, “compartilham da vida ressuscitada [de Jesus]” e estão “prontos para serem enviados para pregar”.
“A missão da Igreja sinodal nos chama a ser como Maria Madalena, o discípulo amado [João], e Pedro — ‘buscadores’ do Senhor ressuscitado”, disse o padre Radcliffe. “Nós também devemos estar próximos dos ‘buscadores’ do nosso tempo, mas só nos tornaremos pregadores da Ressurreição se estivermos vivos em Deus.”
A reunião, que começa amanhã (2) e vai até 27 de outubro, e será realizada no Vaticano com o papa Francisco, vai encerrar a fase de discernimento do Sínodo da Sinodalidade. As conclusões das sessões globais de 2023 e 2024 — conforme aceitas e aprovadas pelo papa — devem ser implementadas em todas as Igrejas locais com o propósito de criar uma Igreja ouvinte e mais participativa em todo o mundo.
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