10 de nov de 2024 às 13:21
O papa Francisco pediu à Virgem Maria que nos ajude a combater a “grande tentação” da hipocrisia, antes de rezar o Ângelus, hoje (10), na Praça de São Pedro, no Vaticano.
“Que a Virgem Maria nos ajude a combater em nós a tentação da hipocrisia – Jesus chama-lhes hipócritas, a hipocrisia é uma grande tentação – e nos ajude a fazer o bem sem aparências e com simplicidade”, disse o papa na sua reflexão sobre o Evangelho de hoje (Mc 12, 38-44), no qual Jesus denuncia ‘a atitude hipócrita de alguns escribas’.
Estas pessoas, encarregadas de transcrever e interpretar as Escrituras, eram tidas em grande estima pelo povo. “Para além das aparências, no entanto, seu comportamento muitas vezes não correspondia ao que ensinavam.”, disse o papa Francisco.
“Alguns, de fato, fortes pelo prestígio e poder de que gozavam, olhavam os outros ‘de cima para baixo’, faziam pose e, escondendo-se por detrás de uma fachada de falsa respeitabilidade e de legalismo, arrogavam-se privilégios e chegavam até mesmo a cometer verdadeiros furtos em detrimento dos mais fracos, como as viúvas”, como a do Evangelho que dá tudo o que tem para a oferta.
O papa Francisco disse que, entre os escribas, até a oração “corria o risco de não ser mais um momento de encontro com o Senhor, mas uma ocasião para ostentar respeitabilidade e falsa piedade”.
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“Comportavam-se como pessoas corruptas, alimentando um sistema social e religioso em que era normal tirar vantagem às custas dos outros, especialmente dos mais indefesos, cometendo injustiças e garantindo a impunidade. Destas pessoas Jesus recomenda tomar distância, ‘ter cuidado’ de não imitá-las”, disse o papa.
Pelo contrário, disse o Francisco, com a sua palavra e o seu exemplo, Jesus “ensina coisas muito diferentes sobre a autoridade. Ele fala dela em termos de abnegação e de serviço humilde (cf. Mc 10,42-45), de ternura materna e paterna para com as pessoas (cf. Lc 11,11-13), especialmente em relação às necessitadas (Lc 10,25-37)”.
“Convida a quem tem autoridade a olhar para os outros, a partir da sua própria posição de poder, não para humilhá-los, mas para elevá-los, dando-lhes esperança e ajuda”.
Francisco perguntou então a todos: “eu, como me comporto nos meus âmbitos de responsabilidade? Ajo com humildade ou tiro vantagens da minha posição? Sou generoso e respeitoso com as pessoas ou as trato de forma rude e autoritária? E com os irmãos e as irmãs mais frágeis, estou próximo deles, sei inclinar-me para ajudá-los a se levantarem?”.
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