Política PB

28 de jan de 2025 às 16:10

A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) disse no último domingo (26) que seu antigo programa de refugiados é uma “obra de misericórdia”, em resposta a críticas do vice-presidente do país, J.D. Vance às posições da USCCB sobre imigração.

Vance fez os comentários em entrevista no último domingo (26) com Margaret Brennan no programa “Face the Nation”, da rede de televisão CBS News.

Brennan perguntou a Vance, que é católico, sobre as críticas da USCCB na semana passada às várias diretrizes do governo Trump sobre imigração, especificamente a revogação pelo governo da política que restringia prisões de imigrantes em “locais sensíveis”, como igrejas.

Vance disse que, “como católico praticante”, estava “de coração partido” pelas críticas da USCCB.

“E eu acho que a [USCCB] precisa realmente olhar um pouco no espelho e reconhecer que quando eles recebem mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 586, 5 milhões) para ajudar a reassentar imigrantes ilegais, eles estão preocupados com questões humanitárias? Ou eles estão realmente preocupados com seus resultados financeiros? Nós vamos aplicar a lei de imigração. Nós vamos proteger o povo americano”, disse Vance.

Respondendo se acreditava que a USCCB está “ativamente escondendo criminosos das autoridades policiais”, Vance disse que a USCCB “não tem sido uma boa parceira na aplicação sensata da lei de imigração pela qual o povo americano votou”, e que espera, “mais uma vez, como um católico devoto, que eles ajam melhor”.

Brennan também perguntou a Vance sobre a reversão do governo Trump nas admissões de refugiados dos EUA. O vice-presidente disse a Brennan que nem todos os refugiados foram “devidamente examinados”.

“Na verdade, sabemos que há casos de pessoas que supostamente foram devidamente investigadas e que estavam literalmente planejando ataques terroristas em nosso país. Então, claramente, nem todos esses estrangeiros foram devidamente investigados”, disse Vance.

USCCB: Programa de refugiados é ‘ministério da Igreja’

A USCCB disse no último domingo que seu próprio trabalho com refugiados é parte de uma “longa história” de defesa da Igreja de migrantes vulneráveis.

“Em 1980, os bispos dos EUA começaram a fazer parceria com o governo federal para fazer esse serviço quando o Congresso criou o Programa de Admissão de Refugiados dos EUA (USRAP, na sigla em inglês)”, disse a USCCB na declaração, que não mencionou Vance.

“Toda pessoa reassentada pelo USRAP é examinada e aprovada para o programa pelo governo federal enquanto estiver fora dos EUA”, disse a conferência episcopal.

“Em nossos acordos com o governo, a USCCB recebe fundos para fazer esse trabalho; no entanto, esses fundos não são suficientes para cobrir o custo total desses programas”.

“No entanto, essa continua sendo uma obra de misericórdia e ministério da Igreja”, disse a conferência episcopal.

Embora a USCCB tenha elogiado algumas diretrizes de Trump na semana passada, como sua ordem afirmando a “realidade biológica do sexo”, o arcebispo do ordinariato militar dos EUA, dom Timothy Broglio, presidente da USCCB, disse na semana passada que discordava de outras ordens da Casa Branca, como as diretrizes de imigração e a retirada do governo do acordo climático de Paris.

Essas ordens “são profundamente preocupantes e terão consequências negativas, muitas das quais prejudicarão os mais vulneráveis ​​entre nós”, disse dom Broglio.