16 de jan de 2025 às 15:58
A indicada pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para ser procuradora-geral do país, Pam Bondi, prometeu ontem (15), em sua audiência de confirmação no Senado dos EUA, impedir o “aparelhamento” do governo contra católicos, ativistas pró-vida e pais.
Na sabatina para sua aprovação no comitê judiciário do Senado dos EUA, Bondi, ex-procuradora-geral do Estado da Flórida, referiu-se ao escritório do FBI em Richmond, EUA, que vigiava católicos ligados à missa tradicional como o “auge do aparelhamento ” do governo.
O relatório divulgado em janeiro de 2023 pelo escritório de Richmond aponta católicos “radical-tradicionalistas” e os acusa de potenciais laços com “o movimento nacionalista branco de extrema direita”.
O relatório falou sobre uma oportunidade para “para mitigação de ameaças” e “desenvolvimento de fontes” em paróquias que celebram a missa tradicional em latim e em comunidades católicas online que a agência considerou “radical-tradicionalistas”.
O senador republicano Josh Hawley, do Estado do Missouri, perguntou a Bondi se ela poria fim a “abusos” como esse relatório, que o deputado disse ser um “ataque inacreditável aos direitos dos americanos garantidos pela Primeira Emenda [da Constituição dos EUA]”.
“É claro”, disse Bondi.
Quando Hawley perguntou se Bondi investigaria os agentes federais envolvidos, ela disse que “leria pessoalmente o relatório” e discutiria sobre ele com Kash Patel, indicado por Trump para ser diretor do FBI.
“Eu acho que isso é algo com que todos nós podemos concordar, de ambos os lados”, disse Bondi referindo-se a democratas e republicanos. “Isso não deveria estar acontecendo nos EUA, e [nós deveríamos] trabalhar juntos nisso”.
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Bondi disse também que o uso do Southern Poverty Law Center (SPLC) pelo FBI como fonte sobre grupos radicais “será uma das primeiras coisas que também analisaremos”. O FBI se baseou na classificação do SPLC de católicos “radical-tradicionalistas” para redigir seu relatório de Richmond.
Hawley falou também sobre os processos contra ativistas pró-vida sob a Lei de Liberdade de Acesso às Entradas de Clínicas (FACE, na sigla em inglês), alguns dos quais pegaram anos de prisão. Bondi prometeu garantir que o Departamento de Justiça dos EUA não seria usado contra ativistas pró-vida ou pessoas de qualquer fé religiosa.
A Lei FACE foi sancionada pelo presidente democrata Bill Clinton em 1994. Ela impõe penas a indivíduos condenados por “conduta violenta, ameaçadora, prejudicial e obstrutiva” que interfira no acesso a clínicas de aborto, locais de culto e centros de gravidez.
O senador republicano Mike Lee, do Estado de Utah, perguntou a Bondi se ela acabaria com o “aparelhamento do governo”, como a perseguição de “católicos que tentam praticar sua fé… pais que comparecem às reuniões do conselho escolar, [e] pessoas que comparecem para se envolver em [protestos] pacíficos do lado de fora das clínicas de aborto”.
“Perseguir os pais em uma reunião do conselho escolar tem que acabar”, disse Bondi. Investigações de pessoas “por praticar sua religião” e “enviar informantes para igrejas católicas” também devem acabar.
“Isso vai parar — tem que parar”, disse Bondi.
Trump deve tomar posse na segunda-feira (20). Ele criticou o FBI por sua investigação sobre católicos e prometeu libertar os ativistas pró-vida presos sob a Lei FACE.
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