Apesar de ainda estar nos seus primeiros dias à frente da presidência da Câmara dos Deputados, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi duro durante sessão da Casa ao rechaçar uma gritaria, entre governistas e oposição, que interrompeu o andamento dos trabalhos ontem (19/2). Ele afirmou que não é um presidente “frouxo” e disse que o Parlamento não aceitará agressões. O presidente também proibiu a entrada de cartazes no Plenário da Câmara e de parlamentares em desacordo com os códigos de vestimenta da Casa.
“Entendo o ambiente turbulento político que o país enfrenta diante dos últimos acontecimentos, mas quero dizer que, se Vossas Excelências estão confundindo esse presidente como uma pessoa paciente, como uma pessoa serena com um presidente frouxo, vocês ainda não me conhecem. Ou esse Plenário se dignifica de estar aqui representando o povo ou nós não merecemos estar aqui. Aqui não é o jardim da infância”, afirmou Hugo.
Motta é conhecido por ter um perfil mais conciliador do que o do antecessor Arthur Lira, mas assumiu uma postura mais dura após parlamentares bolsonaristas, que se manifestavam a favor do projeto da anistia, e deputados governistas, que comentavam a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, travarem uma guerra de gritos e cartazes no Plenário da Casa. Ainda de acordo com Hugo já houve episódios “tristes” relativos ao decoro parlamentar. “O presidente Arthur [Lira] foi combativo. Nós seremos um pouco mais”, reforçou.
Entenda o caso – A sessão desta quarta-feira (19/2) era presidida pela deputada Delegada Katarina (PSD-SE), que ocupa a 3ª Secretaria da mesa. Após os embates, ela precisou suspender a sessão, uma vez que ficou impossibilitada de conduzir os trabalhos diante do clima de animosidade na Casa. Hugo Motta foi chamado a retornar à Mesa e repreendeu os parlamentares.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindberg Farias (PT-RJ), tentava fazer o uso da palavra na tribuna, mas foi constantemente interrompido por gritos da oposição. O presidente afirmou que o parlamentar que estiver preocupado em “agredir colega para aparecer”, não terá da presidência “nenhuma complacência”. “Esse presidente não retrocederá nesse sentido. Então os senhores estão avisados, estão comunicados e saberei exercer a presidência com o poder que ela tem, saibam disso, saberei exercer a presidência com o poder que ela tem”, declarou.
Hugo Motta também prestou solidariedade e pediu desculpas pelo desrespeito à deputada Delegada Katarina, que voltou a presidir a sessão da Casa. “Peço também em nome da Casa, delegada Katarina, as minhas desculpas e desculpas por tudo que aconteceu aqui durante a sua condução. Você tem a nossa total e irrestrita solidariedade e, todas as vezes que estiver aqui sentada, estará por nós apoiada para conduzir os trabalhos”, afirmou Motta.
Redação
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