Uma pescaria irregular que pode comprometer o processo de reprodução de alguns peixes e afetar na qualidade da água consumida por mais de 1 milhão de paraibanos. A pesca está sendo feita no Açude Epitácio Pessoa, também conhecido como Açude de Boqueirão, durante o período de piracema e tem sido denunciada por pescadores e moradores da região.
Segundo a denúncia dos pescadores, a falta de fiscalização tem facilitado a atividade ilegal, uma vez que os peixes, devido ao aumento do volume de água, se aproximam das margens para se alimentar.
A falta de fiscalização preocupa a comunidade, que depende da pesca sustentável.
Segundo o presidente da Colônia de Pescadores de Boqueirão, Léo da Pesca, muitos pescadores têm feito reclamações sobre a pesca proibida por lei nesse período.
O período do defeso na região da bacia hidrográfica na Paraíba iniciou em 1º de dezembro do ano passado e vai até 28 de fevereiro.
Durante o período do defeso, os pescadores recebem um benefício, chamado seguro-defeso, que é concedido ao pescador artesanal no período de defeso, ou seja, no período em que não pode pescar em razão da preservação das espécies de peixes, tal como a piracema.
Em nota, o Ibama informou que já existe uma programação de fiscalizações em parceria com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) durante o período da piracema no estado. O órgão reforçou que o Açude Epitácio Pessoa é uma prioridade nas ações de fiscalização, dada sua importância como um dos maiores reservatórios da Paraíba.
A bióloga Yasmin Lustosa alerta para os impactos ambientais da pesca irregular, que podem comprometer o equilíbrio do ecossistema aquático e a qualidade da água.
A pesca durante a piracema é considerada crime, com penalidades que incluem multas de até R$ 100 mil, acréscimo de R$ 20 por cada quilo de pescado irregular e reclusão de até três anos.
O açude Epitácio Pessoa em Boqueirão recebeu uma boa recarga com as primeiras chuvas deste ano. O manancial construído há mais de 60 anos pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) e que é responsável por abastecer mais de 1 milhão de paraibanos, não sangra desde 2011.
O açude responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema, amanheceu esta sexta-feira (24), com 248,42³, que representa mais de 52% da capacidade total de armazenamento que é de 466.525.964 m³ (46,21%).
Severino Lopes
PB Agora
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