5 de fev de 2025 às 09:22
O papa Francisco pediu desculpas hoje (5) às centenas de fiéis que se reuniram na Aula Paulo VI, no Vaticano, para ouvir sua catequese, por não ter conseguido ler o texto devido a um “forte resfriado”.
“Peço-lhes desculpas porque com esse resfriado forte está difícil falar”, disse o papa, de 88 anos, com a voz rouca e uma leve tosse. “Pedi ao meu irmão para ler a catequese e ele vai lê-la melhor do que eu”.
As reflexões que Francisco preparou para hoje foram lidas pelo padre Pierluigi Giroli, funcionário da Secretaria de Estado da Santa Sé.
Nelas, o papa Francisco pediu aos católicos para não temer “os julgamentos das outras pessoas” e ir ao encontro dos outros como fez Nossa Senhora quando foi visitar sua prima, santa Isabel, “para partilhar a sua fé no Deus do impossível e a sua esperança no cumprimento das suas promessas”.
“Esta jovem filha de Israel não escolhe proteger-se do mundo, não teme os perigos e os julgamentos das outras pessoas, mas vai ao encontro dos outros”, disse o padre Giroli no texto preparado pelo papa para a audiência geral.
Em sua catequese, Francisco refletiu sobre o mistério da Visitação, que narra o episódio bíblico em que, depois do anúncio de sua gravidez, Nossa Senhora empreendeu sua jornada “sentindo o impulso do amor”.
“Quando uma pessoa se sente amada, ela experimenta uma força que põe o amor em movimento”, diz o papa Francisco em sua catequese.
Assim, disse o papa, “perante o reconhecimento da identidade messiânica do seu Filho e da sua missão de mãe, Maria não fala de si mesma, mas de Deus e suscita um louvor cheio de fé, esperança e alegria”.
“Esse louvor a Deus Salvador, que brota do coração de sua humilde serva, é um memorial solene que sintetiza e realiza a oração de Israel”, disse Francisco.
O papa Francisco disse que Deus se inclinou sobre a pequena Maria para fazer “grandes coisas” nela e torná-la “a mãe do Senhor”.
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“O Senhor, Deus fiel para sempre, fez correr um fluxo ininterrupto de amor misericordioso “de geração em geração” sobre o povo fiel à aliança, e agora manifesta a plenitude da salvação no seu Filho, enviado para salvar os homens dos seus pecados”, disse o padre Giroli lendo a catequese preparada pelo papa.
Francisco disse também que a Páscoa é a “categoria hermenêutica para compreender toda a libertação posterior, até à alcançada pelo Messias na plenitude dos tempos”.
Em 17 de dezembro do ano passado, o papa Francisco completou 88 anos e se tornou o terceiro papa mais longevo na história da Igreja. Ele só foi superado em idade por Leão XIII, que viveu até os 93 anos, e Agatão, um papa do século VII que chegou aos 102 anos.
Seus problemas de saúde o afligiram por todo o ano passado. Em janeiro do ano passado, o papa sofreu graves problemas respiratórios que o obrigaram a delegar algumas de suas tarefas, como a leitura das catequeses das quartas-feiras ou as homilias dos eventos litúrgicos da Semana Santa. Francisco não pôde fazer a homilia no Domingo de Ramos e, pela primeira vez, não esteve presente no Coliseu, em Roma, para celebrar a Via Sacra.
Duas quedas em menos de dois meses
No início de dezembro ele caiu, batendo o queixo na mesa de cabeceira, causando um hematoma no lado direito do rosto que ficou visível no consistório de 7 de dezembro, quando o papa Francisco criou 21 novos cardeais.
Pouco depois, em 16 de janeiro, ele sofreu outra queda na Casa Santa Marta, sua residência no Vaticano, que lhe causou um hematoma no antebraço.
Em comparação com 2023, quando o papa teve que ser internado duas vezes no hospital — uma para uma operação de hérnia e outra para uma infecção respiratória — 2024 foi um ano menos complicado em termos de problemas de saúde.
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