28 de set de 2024 às 18:44
O papa Francisco fez um discurso hoje (28), na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, centrado no futuro da humanidade e da ecologia. O papa destacou três atitudes cristãs necessárias para cuidar da casa comum: gratidão, missão e fidelidade.
No início do seu discurso, Francisco mostrou empatia pelas preocupações dos jovens, dizendo: “Vemos bem como é violento e prepotente o mal que destrói o ambiente e os povos”. Depois, associou os problemas ecológicos com a agressividade da sociedade contemporânea, afirmando que “a guerra é a sua expressão mais brutal, tal como a corrupção e as formas modernas de escravidão”.
Ao abordar a relação entre cristianismo e ecologia, o papa Francisco destacou que a fé cristã tem um projeto claro para a “casa comum de toda a humanidade”. E resumiu este projeto em três palavras: “gratidão, missão e fidelidade”.
O papa explicou que a gratidão deve ser a primeira atitude para com a criação: “Esta casa nos foi dada; não somos donos, somos hóspedes e peregrinos na terra”. Referindo-se ao salmo oito disse: “Obrigado, Pai, pelo céu estrelado e pela vida neste universo”.
Sobre a missão, ressaltou que os cristãos são chamados a guardar a beleza da criação “e a cultiva-la para o bem de todos, sobretudo para a posteridade num futuro próximo”. Contudo, advertiu que nenhum plano de desenvolvimento será bem-sucedido se “em nossas consciências permanece a arrogância, a violência e a rivalidade”
Por último, destacou a importância da fidelidade a Deus e ao homem, ligando esta atitude a um desenvolvimento integral que abarque “físico, moral, cultural, sociopolítico; e se opõe a qualquer forma de opressão e exclusão”.
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“A Igreja denuncia esses abusos, comprometendo-se, antes de tudo, com a conversão de cada um dos seus membros, de nós mesmos, à justiça e à verdade. Nesse sentido, o desenvolvimento integral nos chama à santidade: é uma vocação para uma vida justa e feliz, para todos”, acrescentou.
Em outro momento, o papa Francisco falou sobre a dignidade do homem e da mulher na Igreja, rejeitando a ideia de rivalidade entre os gêneros e ressaltando a importância do respeito mútuo e da dignidade entre os dois. Para Francisco esta dignidade “é assegurada por uma lei original, escrita não no papel, mas na carne”, ressaltando que o ser feminino e masculino não é definido por ideologias, mas pela “vocação a amar e ser amado”.
Neste sentido, convidou todos a olharem a mulher no seu papel central na vida da Igreja, dizendo que “a mulher é filha, irmã, mãe”, em igualdade com o homem: “Um pelo outro, não um contra o outro”.
Finalizando, o papa dirigiu suas palavras aos estudantes, incentivando-os a refletir sobre três questões fundamentais para sua vida acadêmica: Como estudar, por que estudar e para quem estudar?
Ao refletir sobre como estudar, frisou que “cada um pode cultivar o seu próprio estilo”, mas sempre em um contexto de comunidade: “O estudo é sempre um caminho de autoconhecimento”. Quanto ao porque estudar, salientou que não se deve estudar apenas para conseguir um emprego, alertando: “Não se vive para trabalhar, trabalha-se para viver”. Sobre para quem estudar, o papa Francisco lembrou que o estudo não é um fim em si mesmo, mas um meio para “educar e servir os outros”, contribuindo assim para o bem comum.
O papa concluiu seu discurso convidando os estudantes “a serem buscadores e testemunhas da verdade”, ressaltando que “é isso que nos torna livres” e que o estudo deve ser um caminho para encontrá-la. E também pediu que não se esquecessem de rezar por ele.
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