Papa Francisco fala sobre injustiças socioeconômicas em carta ao G20 lida pelo secretário de Estado da Santa Sé

Papa Francisco fala sobre injustiças socioeconômicas em carta ao G20 lida pelo secretário de Estado da Santa Sé

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, chegou hoje (18), pela manhã no Rio de Janeiro para participar do G20 (Grupo dos 20). Ele representa o papa Francisco na reunião da cúpula dos chefes de Estado e de Governo das maiores economias do mundo que ocorre hoje (18) e amanhã (19) e leu uma mensagem do papa.

Parolin leu a mensagem do papa Francisco aos líderes do G20 hoje, durante o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

No início da mensagem, o papa pede que “as discussões e os resultados” da reunião do G20 no Rio de Janeiro “contribuam para o avanço de um mundo melhor e de um futuro próspero para as gerações vindouras”.

“É importante ter em mente que a questão da fome não é apenas uma questão de insuficiência alimentar, mas sim uma consequência de injustiças socioeconômicas mais amplas. A pobreza, em particular, é um fator que contribui de forma significativa para a fome, perpetuando um ciclo de desigualdades econômicas e sociais que são generalizadas na nossa sociedade global. A relação entre a fome e a pobreza é indissociável”, disse Francisco.

O papa também ressaltou que é “evidente que devem ser tomadas medidas imediatas e decisivas para erradicar o flagelo da fome e da pobreza” e “esta ação deve ser empreendida de forma conjunta e colaborativa, com a participação de toda a comunidade internacional”.

“A aplicação de medidas eficazes exige um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade no seu conjunto. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus a cada indivíduo, o acesso aos bens básicos e a distribuição justa dos recursos devem ser prioritários em todas as agendas políticas e sociais”, destacou o papa pedindo que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza  comece “por implementar a proposta da Santa Sé – já de longa data – que apela à reorientação dos fundos atualmente atribuídos a armas e outras despesas militares para um fundo global destinado a combater a fome e a promover o desenvolvimento nos países mais pobres”.

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“Esta abordagem ajudaria a evitar que os cidadãos destes países tivessem de recorrer a soluções violentas ou ilusórias, ou que abandonassem as suas pátrias em busca de uma vida mais digna”, frisou Francisco lembrando que “a Santa Sé continuará a promover a dignidade humana e a dar o seu contributo específico para o bem comum, oferecendo a experiência e o empenho das instituições católicas espalhadas por todo o globo, para que nenhum ser humano deste nosso mundo, enquanto pessoa amada por Deus, seja privado do pão quotidiano”.

“Que Deus Todo-Poderoso abençoe abundantemente as vossas obras e esforços para o verdadeiro progresso de toda a família humana”, finalizou o papa.

Em sua chegada, Parolin foi recebido pelo arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta junto com a assessoria do monsenhor André Sampaio. Ele será acompanhado no G20 pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro.

“Para nós, do Rio de Janeiro, é uma oportunidade de receber o cardeal Parolin, secretário de Estado de Sua Santidade, assim como também o núncio apostólico que se encontra aqui para recebê-lo. Ao mesmo tempo, todo o Rio de Janeiro preparado para receber as autoridades mundiais para discutir assuntos importantes que, pedimos a Deus, para que ilumine todos os estadistas para que possam encontrar caminhos de paz e de fraternidade”, declarou dom Orani.

O representante do papa disse à Rede Vida de Televisão que “a Santa Sé, como em todas as conferências e atividades internacionais, têm um papel como voz moral para manter vivos os princípios éticos que deveriam estar na base de todas as relações internacionais”. Ele também ressaltou que a função da Igreja é “defender o homem e sua dignidade e direitos mais básicos” e por isso, “a questão da luta contra a pobreza é a questão da paz, especialmente hoje neste mundo”.

“Se queremos ter um dever, esse é oferecer a todos um desenvolvimento justo e solidário, e assim prevenir injustiças e guerras”, disse o secretário afirmando que sua presença neste evento é para incentivar “quem se comprometeu”, em âmbito documental, a “cumprir as promessas feitas”, mas também “é um dever moral cumprir o que foi prometido, porque há muitas pessoas que esperam que a sua situação melhore”.

FONTE: ACI Digital

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Ivaldo Lima

Graduado em Sistema para Internet e Comunicação Social, Radialista com especialização em Marketing Digital!
Graduando em Teologia Católica.
Pós-Graduação em Doutrina Social da Igreja e Ordem Social!