Política PB

5 de set de 2024 às 14:16

Mais de 100 mil fiéis participaram hoje (5) de uma missa celebrada pelo papa Francisco no Estádio Gelora Bung Karno, em Jacarta, Indonésia. O papa encorajou os católicos do país a sempre ouvirem a palavra de Deus – especialmente em tempos de cansaço, decepção e fracasso.

Ao entrar no estádio numa cadeira de rodas, o papa Francisco foi recebido com gritos de “Viva o Papa” por uma multidão de 60 mil pessoas reunidas para a missa celebrada em latim e bahasa, língua falada na Indonésia.

Ansiosos para ver o papa que viajou mais de 11,2 mil km para estar com eles em seu país de origem, outros 40 mil peregrinos indonésios, que não conseguiram assentos dentro do Estádio Gelora Bung Karno, encontraram lugares dentro do estádio ao lado e nas áreas circundantes dentro do complexo esportivo.

Ao refletir sobre o quinto capítulo do Evangelho de são Lucas, que descreve o primeiro encontro entre Pedro e Jesus no lago de Genesaré, o papa disse ser necessário que um discípulo de Jesus primeiro ouça e acolha a palavra de Deus.

“A primeira tarefa do discípulo não é vestir o hábito de uma religiosidade exteriormente perfeita, fazer coisas extraordinárias ou envolver-se em projetos grandiosos. Pelo contrário, o primeiro passo consiste em saber escutar a única Palavra que salva, que é a de Jesus”, disse ele no terceiro dia de sua 45ª viagem apostólica ao sudeste da Ásia e à Oceania.

 

 

 

 

Na homilia, o papa Francisco disse que as pessoas estão famintas e sedentas pela palavra de Deus e que o “coração do homem está sempre à procura de uma verdade que possa aplacar e alimentar o seu desejo de felicidade”, mesmo em períodos de escuridão, confusão ou aridez espiritual.

“Pedro tinha vindo de uma noite difícil, em que não tinha pescado nada, estava cansado e desiludido”, disse o papa. “E no entanto, em vez de ficar paralisado naquele vazio e bloqueado pelo seu próprio fracasso, diz: ‘Mestre, trabalhamos durante toda a noite e nada pescamos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes. Porque Tu o dizes, lançarei as redes’ “.

Ao basear-se no testemunho e no exemplo de santa Teresa de Calcutá, cuja festa é celebrada hoje (5), o papa disse que o cansaço e o vazio que os seguidores de Jesus podem sentir em tempos de fracasso – assim como o primeiro papa são Pedro – nunca são motivos para se desesperar ou perder a esperança.

“Santa Teresa de Calcutá, cuja memória celebramos hoje e que incansavelmente cuidou dos mais pobres dos pobres e se tornou uma promotora da paz e do diálogo, costumava dizer: ‘Quando não temos nada para dar, não demos nada’ “, disse Francisco aos reunidos para a missa.

Enquanto o sol se punha sobre o estádio no final da liturgia, o principal celebrante da missa, o arcebispo de Jacarta, dom Ignatius Suharyo cardeal Hardjoatmodjo agradeceu ao papa por fazer uma peregrinação à Indonésia para abençoar tanto os católicos do país quanto os pertencentes a outras religiões.

“Sua peregrinação é certamente cansativa, mas mesmo assim você veio nos visitar, abençoar a nós e ao nosso país. Não apenas os católicos, mas também nossas irmãs e irmãos de outras religiões se alegram com sua visita”, disse o cardeal ao papa Francisco.

 

 

Ao falar sobre o tema da viagem papal à Indonésia, “Fé, Fraternidade e Compaixão”, dom Surharyo disse que a Igreja local quer cumprir o desejo do papa de viver como irmãos e irmãs, particularmente em relação àqueles que são fracos, pobres, marginalizados, deficientes ou sofredores.

“Com o apoio de sua bênção e orações, [possamos] nos tornar cada vez mais fiéis e perseverar no seguimento de Jesus, que andou por aí fazendo o bem para a glória do Senhor, para o bem de nossa nação e de toda a humanidade”, disse ele antes de ser receber um cálice do papa de presente em comemoração à visita papal à Indonésia.

O papa Francisco também se reuniu na manhã de hoje (5) com beneficiários de organizações de caridade na sede da Conferência Episcopal da Indonésia, na capital do país. Ele disse aos presentes que cada um deles “é o membro mais precioso desta Igreja” que tem uma contribuição específica a dar à Igreja universal, ao mundo e às suas famílias.