29 de mai de 2024 às 14:12
Na audiência geral de hoje (29), o papa Francisco deu início a um novo ciclo de catequeses sobre “O Espírito e a Esposa”, centrando-se hoje na forma como “O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”.
Ao falar aos fiéis na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa explicou que a “esposa” do Espírito Santo é a Igreja e especificou que durante este ciclo de catequese “faremos este percurso através das três grandes etapas da história da salvação: o Antigo Testamento, o Novo Testamento e o tempo da Igreja”.
“O Espírito Santo é harmonia”
O papa disse que durante a primeira catequese sobre o Espírito Santo, “descobriremos que aquilo que é dado como promessa no Antigo Testamento se realizou plenamente em Cristo”.
O papa disse que nos primeiros versículos da Bíblia “o Espírito de Deus aparece-nos como a força misteriosa que faz passar o mundo do seu estado inicial informe, deserto e sombrio para o seu estado ordenado e harmonioso”
“O Espírito faz a harmonia, a harmonia na vida, a harmonia no mundo. Em síntese, é Ele que faz a transição do caos para o cosmos, isto é, da confusão para algo de belo e ordenado”, ressaltou o papa.
Por sua vez, o papa também disse que no Novo Testamento a intervenção do Espírito Santo na nova criação é descrita utilizando precisamente as imagens que lemos a propósito da origem do mundo: a pomba estava sobre as águas do Jordão no batismo de Jesus” (cf. Mt 3,16).
“Antepor a alegria da contemplação à alegria da posse”
O papa também disse que “o apóstolo Paulo introduz um elemento novo nesta relação entre o Espírito Santo e a criação. Fala de um universo que «geme e sofre como que dores de parto»” (cf. Rm 8, 22).
“Isto continua a ser tão verdadeiro hoje como era então. Vemos o dano que a humanidade fez e continua a fazer na criação, especialmente na parte que tem maior capacidade de explorar os seus recursos”, continuou o papa.
O papa Francisco também disse que “São Francisco de Assis mostra-nos uma bela solução para regressar à harmonia do Espírito: o caminho da contemplação e do louvor”.
Nesse sentido, Francisco sublinhou que “a nossa vocação no mundo, recorda-nos ainda Paulo, é sermos «louvor da sua glória» (Ef 1, 12). Trata-se de antepor a alegria da contemplação à alegria da posse”.
O papa também disse que “o Espírito Santo, que no princípio transformou o caos em cosmos, trabalha para realizar esta transformação em cada pessoa”.
Os desejos da carne e do Espírito
Ao concluir, o papa disse que “com efeito, o nosso coração assemelha-se ao abismo deserto e obscuro dos primeiros versículos do Gênesis. Nele agitam-se sentimentos e desejos opostos: da carne e do espírito”.
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“Num certo sentido, todos nós somos aquele ‘reino dividido em si mesmo’ de que fala Jesus no Evangelho (cf. Mc 3, 24). Ao nosso redor, podemos dizer que existe um caos externo, um caos social, um caos político: pensemos nas guerras, pensemos em tantos meninos e meninas que não têm o que comer, em tantas injustiças sociais, este é o caos externo. Mas há também um caos interior: o caos interior de cada um de nós. Não se pode curar o primeiro, se não se começar a curar o segundo!”, disse Francisco.
“Irmãos e irmãs, trabalhemos bem para transformar a nossa confusão interior numa claridade do Espírito Santo: é o poder de Deus que o faz; e nós, abramos o coração para que Ele o possa fazer”, disse o papa Francisco aos fiéis.
“Peçamos ao Espírito Santo que venha a nós e nos torne pessoas novas, com a novidade do Espírito”, concluiu o papa.
Oração pelas vítimas de deslizamento em Papua-Nova Guiné
Ao final da catequese, durante a saudação aos peregrinos de várias partes do mundo, o papa Francisco falou mais uma vez sobre a forte avalanche que deixou mais de 600 mortos e quase 2 mil pessoas soterradas em vilarejos daPapua Nova -Guiné, país asiático que visitará em setembro.
Beato mártir Giuseppe Rossi
O papa também lembrou a recente beatificação na Itália do padre Giuseppe Rossi, sacerdote assassinado aos 32 anos por fascistas que o obrigaram a cavar a sepultura com as próprias mãos.
O papa referiu-se ao mártir como um “pároco da caridade” que não abandonou o seu rebanho e encorajou o seu “testemunho heróico para nos ajudar a enfrentar as provações da vida”.
São Paulo VI, “pastor inflamado de amor por Jesus e pela Igreja”
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O papa Francisco lembrou que hoje celebra-se o papa são Paulo VI, “pastor inflamado de amor por Jesus e pela Igreja”. Francisco convidou os fiéis a redescobrir nele “a alegria de ser cristão” e também exortou os fiéis a lerem sua exortação apostólica Evangelii nuntiandi, sobre a evangelização do mundo contemporâneo, que o papa disse ainda ser atual.
Pedido para rezar pelas crianças nas guerras
Ao concluir, o papa Francisco falou sobre países em guerra. Francisco rezou hoje especialmente pelas crianças que sofrem com a guerra na “martirizada Ucrânia” e disse que muitas delas sofreram queimaduras e perderam os membros.
“A guerra é sempre cruel. Estas crianças precisam começar a andar, a mover-se com braços artificiais. Perderam o sorriso, algo muito feio e triste. Rezemos pelas crianças ucranianas”, disse o papa.
O papa também disse para não esquecer “a Palestina e Israel, que sofrem tanto. Deixem a guerra acabar. Não esqueçamos Myanmar e tantos países que estão em guerra. As crianças sofrem na guerra, rezemos ao Senhor para que esteja perto de todos e nos dê a graça da paz”, concluiu o papa.
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