25 de ago de 2024 às 05:00
A Igreja Católica celebra hoje (25) a festa do rei são Luís IX, que imitou Cristo com humildade e enfrentou os muçulmanos para tentar recuperar o Santo Sepulcro. Como bom pai, ele estava ciente do bem-estar de sua família e deixou um testamento cheio de conselhos para o seu filho.
O rei são Luís IX (1214-1270) pertencia à Ordem Terceira dos Franciscanos. Ele cuidava pessoalmente dos pobres e mendigos, fundou hospitais e centros de atendimento aos doentes. Casou-se e teve 11 filhos, aos quais deu uma formação integral, ou seja, não só acadêmica, mas também espiritual.
No Ofício de Leitura da Liturgia das Horas, conjunto de orações que os religiosos rezam diariamente, está recolhido o testamento espiritual que deixou ao filho.
Embora não tenha dito para qual filho deixou o testamento, são Luís morreu no Norte de África, na sua cruzada para libertar Jerusalém. Estava acompanhado de seu filho Felipe III, que o sucedeu no trono e manteve várias das disposições dadas por seu pai.
No site do Museu do Prado há uma pintura do rei Felipe III, olhando para o céu, abençoando seus filhos antes de morrer.
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Abaixo, o testamento que são Luís IX deixou para o seu filho:
Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças; pois sem isto não há salvação.
Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.
Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que talvez a tenhas merecido. Além disto, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-te dos seus dons.
Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuides de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente, quer pelos lábios, quer pela meditação do coração.
Guarda o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação a teus súditos, sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.
Sê dedicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, e ao Sumo Pontífice como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o de blasfêmia e a heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim toda a benção que um pai pode dar ao filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor te conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo e louvá-lo sem fim. Amém.
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