A Paraíba tem quase 4 milhões de habitantes, mas, para o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, parece que só há uma família capaz de ocupar cargos de destaque no estado: a dele. A recente indicação de mais um de seus parentes para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) reforça um padrão que há tempos chama atenção.
O nepotismo, já condenado pelo Supremo Tribunal Federal, representa um grave retrocesso. Max Weber, em seus estudos sobre administração pública, defendia que os cargos devem ser preenchidos por mérito e competência, não por laços de sangue. Mas na política paraibana, o mérito parece ter um sobrenome específico.
É inevitável perguntar: estamos voltando ao coronelismo? Quando uma única família decide quem ocupa os espaços de poder, a democracia perde. Profissionais qualificados são deixados de lado, a sociedade se distancia das decisões importantes, e a transparência dá lugar a arranjos familiares.
Recentemente o deputado Hervázio, que desistiu de concorrer a vaga, sugeriu que o processo foi conduzido de maneira questionavelmente apressada e sem envolver o governador, o que, segundo ele, foi um desrespeito. Ele também deixou claro que não concordaria com uma escolha sem o devido processo ou consulta.
O TCE, que deveria fiscalizar a aplicação do dinheiro público, não pode se tornar um clube privado. A Paraíba precisa de renovação, de independência, de escolhas que reflitam a diversidade e a competência da sua gente. Mas, para Adriano Galdino, parece que nenhuma dessas qualidades existe fora do seu círculo familiar.
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