Nova lei de ordem pública afeta injustamente pessoas de fé, diz conferência episcopal do Reino Unido

Nova lei de ordem pública afeta injustamente pessoas de fé, diz conferência episcopal do Reino Unido

A Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales (CBCEW, na sigla em inglês) condenou a legislação sobre a oração fora de clínicas de aborto, dizendo que a proposta representa um retrocesso na liberdade cívica e religiosa.

O bispo auxiliar de Westminster, dom John Sherrington, porta-voz da CBCEW sobre questões relacionadas à vida, disse ontem (18) que a Lei de Ordem Pública “constitui discriminação e afeta desproporcionalmente as pessoas de fé”.

“A liberdade religiosa é a liberdade fundamental de qualquer sociedade livre e democrática, essencial para o florescimento e a realização da dignidade de cada pessoa humana. A liberdade religiosa inclui o direito de manifestar as crenças privadas em público por meio de testemunho, oração e caridade, incluindo fora das clínicas de aborto”, disse dom Sherrington.

“Além de ser desnecessária e desproporcional, temos profundas preocupações quanto à eficácia prática desta legislação, principalmente devido à falta de clareza em relação à prática de orações privadas e ofertas de ajuda dentro de ‘zonas de acesso seguro’”, disse o bispo.

A aprovação da Lei de Ordem Pública significa que, a partir de 31 de outubro, zonas de proteção serão colocadas ao redor de clínicas de aborto em toda a Inglaterra e País de Gales, abrangendo uma distância de 150 metros de “qualquer parte de uma clínica de aborto ou qualquer ponto de acesso a qualquer edifício ou local que contenha uma clínica de aborto”.

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O Home Office, ministério do interior britânico, disse ontem em comunicado que “zonas de proteção de acesso seguro tornarão ilegal para qualquer pessoa fazer qualquer coisa que intencionalmente ou imprudentemente influencie a decisão de alguém de usar serviços de aborto, obstrua-os ou cause assédio ou sofrimento a alguém que use ou trabalhe nessas instalações. A lei será aplicada dentro de um raio de 150 metros do provedor de serviços de aborto. Qualquer pessoa considerada culpada de violar a lei enfrentará uma multa ilimitada”.

O College of Policing, órgão de polícia na Inglaterra e no País de Gales, e o Crown Prosecution Service, ministério público desses países, devem publicar orientações sobre o que exatamente constituirá atividade ilegal nas próximas semanas. Ainda há confusão entre ativistas pró-vida sobre se a oração silenciosa será considerada “atividade ilegal” sob a nova legislação.

Essa questão polêmica virou manchete depois que a trabalhadora de caridade Isabel Vaughan-Spruce foi revistada e presa duas vezes por rezar silenciosamente do lado de fora de uma clínica de aborto em novembro de 2022 e fevereiro de 2023. No entanto, ela acabou sendo compensada pela polícia de West Midlands, Inglaterra, com um pedido de desculpas e um pagamento de £ 13 mil (mais de R$ 93,7 mil), o que levanta questões sobre até onde vai a nova legislação.

A porta-voz do grupo pró-vida Right to Life UK, Catherine Robinson, disse ontem que “centenas de mulheres foram ajudadas fora de clínicas de aborto por voluntários pró-vida que lhes deram apoio prático, o que deixou claro para elas que tinham outra opção além de fazer aborto”.

“A implementação de zonas de proteção no próximo mês significará que o apoio prático vital dado por voluntários fora das clínicas de aborto, que ajuda a fornecer uma escolha genuína e oferece ajuda às mulheres que podem estar sofrendo coerção, será removido para as mulheres e muitas outras vidas provavelmente serão perdidas para o aborto”, disse ela.

FONTE: ACI Digital

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Ivaldo Lima

Graduado em Sistema para Internet e Comunicação Social, Radialista com especialização em Marketing Digital!
Graduando em Teologia Católica.
Pós-Graduação em Doutrina Social da Igreja e Ordem Social!