Em reportagem do jornal Correio Braziliense de ontem (22), foi destacado em um evento do agronegócio, em São Paulo, o elogio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao candidato favorito à Presidência da Casa, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Porém na oportunidade, Lira evitou dar declarações de apoio. A quatro meses do fim do mandato, Lira reiterou o “compromisso dos parlamentares de continuar trabalhando em prol do Brasil e dos brasileiros”, na abertura da 24° Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol.
Além de homenagear os 100 anos do etanol no Brasil, a cerimônia também condecorou Lira pela atuação na Câmara em prol de projetos relacionados a biocombustíveis e pelo Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).
“Seguiremos aprimorando o nosso arcabouço legal para dar melhores condições e maiores oportunidades para que esse setor prossiga prosperando”, disse Arthur Lira sobre o papel do etanol brasileiro como referência global na transição energética. Ele parabenizou o setor de biocombustíveis e disse que a Câmara cumpre um “papel fundamental” na agenda da transição energética. O presidente também criticou a legislação ambiental do país, “a mais dura do mundo”, segundo Lira.
A declaração contraria o movimento do Palácio do Planalto para endurecer as punições de quem comete crimes ambientais. Na semana passada, o governo federal enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei em resposta ao aumento do número de incêndios florestais criminosos nos últimos meses.
“Radicalização”
Hugo Motta, por sua vez, não deixou de aproveitar o encontro para fazer propaganda de sua candidatura. Disse que o Brasil precisa “sair de uma agenda de radicalização” para discutir os “verdadeiros problemas da população”.
“Temos confiança de que construiremos essa candidatura de consenso, da extrema-direita à extrema-esquerda, para que tenhamos a Casa funcionando bem, os partidos respeitados, e que cada um possa defender a pauta que entende ser importante para o país”, declarou o líder do Republicanos.
“A nossa candidatura é uma candidatura a favor da Casa. É uma candidatura que tem que representar o sentimento dos parlamentares. E, nesse sentimento dos parlamentares, está o diálogo com os outros Poderes.”
Além de Motta, concorrem à presidência da Câmara os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, e Antônio Brito (BA). No início da corrida sucessória, havia a expectativa de que Elmar fosse o nome preferido por Lira. Em setembro, no entanto, o cacique alagoano anunciou aos líderes partidários que apoiaria Motta. Elmar, então, aliou-se a Brito para que apenas um deles (o que estiver com maior número de apoios) dispute a cadeira da Presidência.
Redação
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