5 de ago de 2024 às 09:32
O papa Francisco falou dos benefícios da leitura de literatura para padres e todos aqueles que buscam enriquecer suas vidas como cristãos, em uma nova carta divulgada ontem (4).
Embora Francisco tenha dito que sua carta era originalmente destinada a homens que recebiam formação sacerdotal, ele disse que todos os cristãos se beneficiariam da incorporação de poesia e literatura em momentos pessoais de estudo ou lazer.
“Talvez essa leitura abra novos espaços interiores, capazes de evitar o encerramento naquelas poucas ideias obsessivas que nos enredam inexoravelmente”, escreve o papa em sua carta, datada de 17 de julho.
O papa disse que a leitura de literatura permite que as pessoas aprendam a arte do discernimento pessoal reflexivo, da empatia com os outros, e entrar em diálogo com a cultura do nosso tempo, de uma forma mais profunda do que a mídia audiovisual moderna.
“Isso permite-lhe, ao mesmo tempo, fazer desabrochar a riqueza da sua própria pessoa, pois cada nova obra que lê renova e expande o seu universo pessoal”, escreve Francisco.
Em sua carta, o papa elogia os seminários que incorporaram momentos dedicados à leitura de literatura e poesia, contrariando a atual “obsessão das telas – e das venenosas, superficiais e violentas fake news”.
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A leitura, diz o papa, não deve ser abordada com uma árdua ou rígida “obrigação”, mas sim com flexibilidade, abertura e “sinceridade”.
“Cada um encontrará os livros que falarão à sua própria vida e que se tornarão verdadeiros companheiros de viagem. Não há nada mais contraproducente do que ler por obrigação, fazendo um esforço considerável só porque alguém disse que é essencial”, diz Francisco.
Com base no exemplo de são Paulo, que “recolhe as sementes da poesia pagã”, o papa diz que os cristãos que conhecem as obras literárias de sua época podem aproximar outros de Deus por meio da pessoa de Jesus Cristo.
“Todos devemos estar atentos para nunca perder de vista a ‘carne’ de Jesus Cristo: aquela carne feita de paixões, emoções, sentimentos, histórias concretas, de mãos que tocam e curam, de olhares que libertam e encorajam, de hospitalidade, perdão, indignação, coragem, intrepidez; numa palavra, de amor”, escreve o papa Francisco.
O papa Francisco diz que, ao “ouvir a voz de alguém” e “ver com os olhos dos outros”, há um tipo de sabedoria e riqueza incutida nos leitores da palavra literária que busca a verdade, amplia perspectivas e aprimora o pensamento crítico e cognitivo.
“Torna-a hospitaleira à Palavra que vem habitar na palavra humana, não quando se entende a si mesma como conhecimento já pleno, definitivo e completo”, diz Francisco, “mas quando se torna vigília de escuta e de espera d’Aquele que vem renovar todas as coisas (cf. Ap 21, 5)”.
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