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28 de jan de 2025 às 15:28

A Santa Sé reconheceu ontem (27) as virtudes heroicas da serva de Deus Luigia Sinapi. A agora venerável era uma mística leiga que teve uma visão de Jesus e de Nossa Senhora, e foi amiga do padre são Pio de Pietrelcina.

Movida por seu profundo amor por Jesus desde cedo e por dizer ter tido visões de Nossa Senhora, de Nosso Senhor Jesus Cristo e de anjos, sua mãe a levou, na década de 1920, para conhecer são padre Pio em San Giovanni Rotondo, Itália. Desde esse momento, ela manteve uma relação estreita com ele, recebendo sua orientação e apoio espiritual ao longo de sua vida.

Luigia nasceu em 8 de setembro de 1916 em Itri, Itália, e foi batizada em 16 de setembro. Segundo o Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé, ela recebeu de sua mãe uma sólida educação cristã e teve boa preparação escolar.

Aos 15 anos, ela ingressou no Instituto da Pia Sociedade das Filhas de São Paulo, em Roma, mas teve que abandonar a formação por problemas de saúde.

O Dicastério informa que, em novembro de 1931, depois de perder os pais, ela foi acolhida por uma tia em Roma. Para cobrir as despesas da sua estadia, começou a trabalhar como empregada doméstica e mais tarde conseguiu emprego nos correios e no Gabinete Central de Estatística.

Anos depois, Luigia adoeceu com câncer e ficou à beira da morte. Porém, em 15 de agosto de 1935, solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ela recebeu a extrema unção e teve uma visão de Jesus e Maria que a curou milagrosamente. Desde então, decidiu viver oferecendo seus sofrimentos pelos males do mundo e pela salvação dos sacerdotes e de todas as almas.

Na Segunda Guerra Mundial, ela refugiou-se em sua cidade natal e, ao retornar a Roma, viveu a precariedade devido às dificuldades do pós-guerra. De 1956 a 1970 trabalhou no Instituto Nacional de Geofísica como secretária do venerável Enrico Medi.

“Seus trabalhos correspondiam a uma intensa vida de oração, animada por uma profunda espiritualidade interior e caracterizada por vários sofrimentos, acompanhados de vários dons místicos”, diz o site do Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé.

Na época, Luigia era terciária franciscana e, em 1954, obteve dispensa para ingressar também na Ordem Terceira dos Filhos de Maria, à qual pertencia o seu diretor espiritual.

O site da Santa Sé diz que, naquela época, Luigia tinha um profundo vínculo espiritual com são Pio de Pietrelcina e tinha a confiança do venerável papa Pio XII. Em 1937, depois de uma revelação de Nossa Senhora na cidade romana de Tre Fontane, previu a eleição papal de Pio XII.

“Ela passou o último período de sua vida em casa oferecendo hospitalidade, escuta, conselhos e conforto espiritual a todos que a procuravam. Ela morreu de tumor gástrico em 17 de abril de 1978, cercada por uma constante reputação de santidade e sinais”, diz também a publicação.

Presentes sobrenaturais e atos de caridade

O Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé diz que o percurso existencial de Luigia “foi acompanhado de vários dons sobrenaturais como a precognição de acontecimentos e situações, a bilocação, o discernimento do espírito e, sobretudo, a união mística com o Senhor Jesus vivida em atmosfera de modéstia, humildade e serviço”.

Muitas pessoas, incluindo padres, bispos, políticos e paroquianos, se aproximaram dela para pedir consolo espiritual. Ela ajudou muitos padres não só com a oração, mas também com ajuda material.

Para além das manifestações sobrenaturais, ela “soube carregar com extrema naturalidade esse fardo da excepcionalidade involuntária, do amor a Deus e aos outros, demonstrando, na prática das virtudes e na capacidade de sacrifício, total obediência à Igreja e aos seus representantes”, diz o site da Santa Sé.

Devoções e espiritualidade

Ela tinha profunda devoção a santos como são Francisco de Assis, santa Gema Galgani e santa Teresinha do Menino Jesus. A sua espiritualidade, centrada na Eucaristia e em Nossa Senhora, levou-a a ajudar os necessitados, mesmo em meio à pobreza.