Política PB

14 de fev de 2025 às 13:59

O patriarca latino de Jerusalém na Terra Santa, cardeal Pierbattista Pizzaballa, falou sobre os verdadeiros bem-aventurados em reflexão proposta para o domingo (16) sobre as Bem-aventuranças (cf. Lc 6,17.20-26).

O cardeal de origem italiana disse que a primeira coisa que Jesus faz diante das pessoas que o escutam, “pobres: doentes, famintos, possessos”, não é “curá-las, não se trata de ajudá-las, mas de descer até elas e ficar. Jesus não vem em primeiro lugar para mudar a vida das pessoas resolvendo problemas, curando a todos o tempo todo. Ele desce e fica entre eles, ele se torna um deles”, disse Pizzaballa.

Ao fazer isso, Jesus dá às pessoas “uma Palavra capaz de lhes dar um novo olhar sobre suas próprias vidas”.

Na Bíblia, diz o cardeal patriarca, “só há uma grande bem-aventurança que resume todas as várias bem-aventuranças que estão espalhadas pelo Antigo e Novo Testamento: a de conhecer o Senhor. Essa é a nossa vocação, a nossa maior alegria: conhecê-Lo. Essa é a nossa benção”.

Jesus “não diz que os pobres serão abençoados porque se tornarão ricos: não é essa a justiça que Ele vem trazer”, diz o cardeal. “Isso ainda seria uma justiça puramente humana, que mudaria o destino de todos, criando novos ricos, mas também novos pobres. Não haveria nada realmente novo”.

“Os pobres são bem-aventurados porque o Reino lhes pertence, isto é, porque podem conhecer a Deus. Bem-aventurados os que a vida colocou em condições de experimentar Deus”, enfatizou dom Pizzaballa. “Bem-aventurados aqueles a quem a história colocou em condições de compreender que qualquer outro lugar em que buscamos a vida, mais cedo ou mais tarde, revela sua face enganosa: riqueza, saciedade, felicidade, honra e fama”.

“Não é que sejam realidades negativas ou pecaminosas. Eles são simplesmente incapazes de dar a vida eterna, porque encerram o homem numa condição em que tudo já está presente, em que não há mais nada a esperar ou pelo que ansiar”, diz Pizzaballa.

“Quem sofre não é bem-aventurado porque sofre, mas porque esse sofrimento é uma grande e preciosa escola de verdade: a verdade de que não somos autossuficientes, de que não podemos fazer nada sozinhos, de que nossas redes estão vazias mesmo depois de uma noite de trabalho, como vimos no domingo passado (cf. Lc 5,5)”, diz o cardeal. “E é aí que o Senhor desce e fica”.