28 de jun de 2024 às 15:53
Os patriarcas e líderes das Igrejas Cristãs em Jerusalém assinaram um documento conjunto acusando os municípios de Tel Aviv, Ramle, Nazaré e Jerusalém, em Israel, de cobrar impostos municipais sobre propriedades das igrejas violando “séculos” de acordos históricos.
Os líderes, entre eles o patriarca católico latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, e o custódio franciscano da Terra Santa, padre Francesco Patton, acusam as autoridades locais de um “ataque coordenado” contra a presença cristã na Terra Santa.
“Acreditamos que estes esforços representam um ataque coordenado à presença cristã na Terra Santa. Neste momento em que o mundo inteiro, e em particular o mundo cristão, acompanha constantemente os acontecimentos em Israel, encontramo-nos mais uma vez confrontados com uma tentativa das autoridades de expulsar a presença cristã da Terra Santa”, disseram numa carta dirigida ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que foi citada em vários meios de comunicação, como The Times of Israel, Asia News e UCA News.
Na carta de 23 de junho, os líderes cristãos manifestaram preocupação depois de receberem cartas de advertência ou ações legais emitidas em quatro municípios de Israel por supostas dívidas fiscais.
Segundo eles, “durante séculos” as propriedades da igreja tiveram isenção de impostos municipais de acordo com o status quo estabelecido, e que o dinheiro arrecadado foi investido em benefício do Estado como “escolas, hospitais, lares de idosos e instalações para os desfavorecidos.”
Os líderes disseram que as ações municipais são “tendenciosas” e contrárias à posição histórica das igrejas e à sua relação com o governo, “violando os acordos existentes e compromissos internacionais que garantem os direitos das Igrejas”.
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“É indignante que, precisamente nestes tempos delicados e complicados em que a paciência, a compaixão, a unidade na oração e a esperança devem prevalecer, os municípios estejam abrindo processos contra as Igrejas nos tribunais e fazendo ameaças. Isso constitui um desprezo pelos nossos costumes e pelo que nos é caro, e atropela o respeito mútuo que existia entre nós até esse momento”, acrescentaram.
Numa entrevista à Associated Press, o município de Jerusalém disse que as autoridades eclesiásticas não apresentaram os pedidos necessários de isenção fiscal nos últimos anos.
Disseram também que, atualmente, “está em curso um diálogo para cobrança de dívidas” ligadas a “imóveis comerciais”. Outros municípios não comentaram o assunto.
O conflito sobre os impostos municipais sobre as propriedades eclesiásticas em Jerusalém remonta a vários anos.
Em 2018, o Município de Jerusalém declarou a sua intenção de cobrar impostos de propriedades da igreja não usadas como locais de culto. Esta decisão gerou forte oposição de líderes eclesiásticos, que alegaram que a medida violava acordos históricos e compromissos internacionais.
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