Segundo Francicleide, o caso chama a atenção porque mutirões para cirurgias de Parelhas eram realizados, até então, fora do município. “Nunca foi feito aqui. Todos eram feitos pelo governo do estado, que fazia uma relação da fila de espera e encaminhava para o Ministério da Saúde, que liberava as cirurgias em locais credenciados”, explica.
O prefeito resolveu fazer aqui agora, perto da eleição. Por quê? Eu estou nesse caso não só como filha, mas porque tenho um compromisso com os 15 que ficaram cegos.
Francicleide Maria de Souza
Francisco esperava a cirurgia havia dois anos e quatro meses. A filha conta que, assim como Izabel, seu pai também já sentiu dores no sábado, dia seguinte à cirurgia. “A gente trouxe ele na segunda para o médico. O olho estava vermelho, inchado”, diz.
Empresa e maternidade contratadas
Para realizar as cirurgias, a prefeitura afirma contratou a maternidade e a empresa, que iria receber R$ 59 mil pelas 48 cirurgias (20 no primeiro dia e 28 no segundo). O valor, porém, ainda não foi pago. A gestão municipal diz que o pagamento só será feito —ou não— após o fim das investigações que estão sendo feitas para entender o que houve.
As cirurgias foram feitas pela empresa Oculare Oftalmologia Avançada Ltda., de Pernambuco, contratada por meio de licitação para realizar o mutirão. Ela disse, em nota, que o mutirão foi feito com “oftalmologista experiente” e garante que seguir “os protocolos médicos e de segurança exigidos”.
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