23 de abr de 2024 às 00:01
A Igreja celebra hoje (23) são Jorge, mártir. Ele viveu nos primeiros séculos do cristianismo e foi um soldado romano. Por se negar a cultuar os ídolos e falsos deuses, como lhe mandou o imperador, e se manter firme em sua fé cristã, foi martirizado.
Sua devoção se espalhou pelo mundo. São Jorge é o padroeiro da Inglaterra, dos escoteiros, protetor dos soldados, agricultores, arqueiros, ferreiros, prisioneiros. No Brasil, é conhecido por ser padroeiro do estado do Rio de Janeiro e do time de futebol Corinthians.
Segundo a Legenda Áurea, do beato Jacopo da Varazze, são Jorge nasceu em Capadócia, atual Turquia, então parte do Império Romano.
Diz o livro que eram imperadores na época Diocleciano e Maximiano e que, sob o governador Daciano houve uma grande perseguição aos cristãos. Diante disso, Jorge “ficou profundamente tocado”, distribuiu seus bens aos pobres e “trocou as vestes militares pelas dos cristãos”. Vivendo entre eles, dizia: “Todos os deuses dos gentios são demônio, foi o Senhor quem fez os Céus”.
O governador “ficou irado” e, como não conseguia demovê-lo, submeteu-o a várias torturas, das quais saia ileso. Por fim, teve a cabeça cortada.
Leganda Áurea cita santo Ambrósio, segundo quem, “Jorge, fidelíssimo guerreira de Cristo, professou com intrepidez o cristianismo enquanto muitos renegavam o Filho de Deus. Recebeu da graça divino tão grande constância, que desprezou as ordens do poder tirânico e não temeu as dores de incontáveis suplícios. Ó feliz e ínclito paladino do Senhor, que não foi seduzido pelas promessas de um reino temporal, e enganando o perseguidor precipitou no abismo as falsas divindades”.
São Jorge e o dragão
A Legenda Áurea conta que, certa vez, Jorge foi para Silena, cidade da província da Líbia. Próximo à cidade havia um grande lago, onde vivia “um pestífero e enorme dragão, que muitas vezes afugentou o povo armado que tentara atacá-lo”. Para acalmá-lo e evitar que ele se aproximasse da cidade, os moradores lhe davam diariamente dois carneiros. Quando os carneiros começaram a ficar escassos, foram substituídos por vítimas humanas escolhidas por sorteio.
Chegou então a vez da filha do rei ser dada ao dragão. Quando ela se aproximava do bicho, Jorge passou pela região e atacou o dragão para salvá-la. Ele recomendou que a filha do rei coloca-se seu cinto no pescoço do dragão. Assim ela fez e o dragão a seguiu manso.
Quando chegaram à cidade, o povo ficou assustado. Mas, Jorge disse: “Nada temam, o Senhor me enviou para que eu os libertasse das desgraças causadas por esse dragão. Creiam em Cristo e recebam o batismo, que eu matarei o dragão”.
Segundo a Legenda Áurea, nesse dia, 20 mil homens foram batizados, sem contar mulheres e crianças.
“Em homenagem à bem-aventurada Maria e ao beato Jorge, o rei mandou construir uma enorme igreja, sob cujo altar surgiu uma fonte de água curativa para todos os enfermos. O rei ofereceu ao bem-aventurado Jorge imensa quantidade de dinheiro, mas ele não aceitou e mandou doá-lo aos pobres. Jorge deu então ao rei quatro breves conselhos: cuidar das igrejas de Deus, honrar os padres, ouvir com atenção o ofício divino e nunca esquecer os pobres”, conta a Legenda Áurea.
Em sua imagem, o santo é representado muitas vezes com sua armadura romana, montado no cavalo e, com uma lança, atingindo um dragão.
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