Há exatos 3 anos, no dia 24 de fevereiro de 2022, o exército russo reconheceu os primeiros bombardeios contra o território da Ucrânia. De lá para cá, mais de 2 milhões de residências – 10% do país – foram danificadas ou destruídas.
De acordo com as Nações Unidas, os direitos das mulheres e meninas foram os que mais regrediram no país. Os registros de violência de gênero cresceram mais de 30% durante o conflito.
Especialistas ouvidos pela reportagem explicam que o futuro da guerra será consequência da estratégia política adotada pelos Estados Unidos daqui em diante.
Para Carlos Martins, do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a invasão da Ucrânia foi uma resposta de Moscou à tentativa dos norte-americanos de atrapalharem conexões econômicas, políticas e militares entre China, Rússia e Europa.
Dia 24 de fevereiro de 2023, um ano de guerra: verdades e mentiras já haviam se espalhado pela internet e por fontes oficiais. Enquanto milhares pessoas haviam sido mortas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky buscava apoio junto a líderes internacionais do G7. Entre os membros do Brics, o Brasil foi o único a votar, na Assembleia Geral da ONU, pela retirada das tropas russas.
No dia 24 de fevereiro de 2024, segundo ano de guerra, já estava claro para o mundo o fracasso da estratégia dos Estados Unidos de parar a Rússia por meio de sanções. A economia russa já voltava a crescer mais de 3% ao ano.
Segundo o professor Carlos Martins, o fracasso da pressão norte-americana apenas reforçava a aliança entre os governos russo e chinês. Agora, Donald Trump tensiona com Zelensky, chamando-o de “ditador”, enquanto se aproxima de Vladimir Putin.
Hoje as tropas russas ocupam um faixa de 100 km ou mais, dentro território ucraniano, toda porção leste do país até o Mar Negro, como explica professor de Relações Internacionais Roberto Menezes.
A Agência da ONU para Refugiados estima que mais de 10 milhões de pessoas, um em cada quatro ucranianos, estão deslocados neste momento. A maior parte dessas pessoas foi para países da Europa Central.
Nos últimos seis meses, mais de 200 mil ucranianos continuam sendo forçados a deixar suas casas no leste do país devido ao aumento dos ataques.
*Com produção de Dayana Vítor
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