7 de jun de 2024 às 15:05
A Federação das Associações Familiares Católicas (FAFCE) na Europa anunciou na quarta-feira (5) seu conjunto de ferramentas para o Parlamento Europeu combater o “inverno demográfico”, investir em políticas pró-família que promovam o equilíbrio trabalho-família e promover a segurança digital para as crianças.
À medida que as eleições deste fim de semana começam em todos os Estados-membros da União Europeia (UE), de 6 a 9 de junho, o conjunto de ferramentas políticas “convida os novos parlamentares a priorizar as famílias em suas políticas para esta nova legislatura”, diz comunicado à imprensa publicado na quarta-feira (5).
Segundo uma publicação de 2023 do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), que destaca a diminuição das taxas de natalidade e o encolhimento da população desde 2020, a Europa está à beira de um grande declínio populacional.
O desafio da queda da natalidade
“Estas eleições ocorrem no momento em que a Europa enfrenta um momento crítico”, disse o presidente da FAFCE, Vincenzo Bassi, à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital. “O inverno demográfico ameaça uma crise existencial de longo prazo para o continente, pois sem crianças não temos futuro”.
“As taxas de natalidade despencaram e a pandemia de solidão se espalhou por todo o continente”, disse Bassi no comunicado à imprensa.
Um estudo de 2023 da Comissão Europeia destaca a “incerteza do futuro” como razão para a diminuição das taxas de natalidade. Mas enquanto a taxa de natalidade está atrasada, o desejo por filhos não, diz uma pesquisa do Pew Research Center feita em 2014.
“Precisamos que as nossas instituições europeias dediquem recursos e capital humano para compreender as suas causas profundas, bem como investir numa primavera demográfica para o continente”, continuou Bassi.
“Sem solidariedade intergeracional, não podemos começar a enfrentar os muitos desafios que temos pela frente”, disse o presidente da FAFCE. “Isso exige que famílias e crianças sejam priorizadas, sem as quais não há futuro”.
Um apelo para apoiar as famílias
A FAFCE disse no comunicado que a família é um “antídoto para a cultura do desperdício e do consumo desenfreado”, e pede que as famílias “estejam no centro da transição ecológica”.
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“Nós existimos em uma ecologia mais ampla além de nós mesmos como indivíduos. Para proteger essa ecologia integral, precisamos enfatizar o papel da família e das redes familiares – as duas não podem ser separadas”, disse Bassi à CNA. “Nenhum desenvolvimento sustentável é possível sem equilíbrio intergeracional e solidariedade. Ao combater o consumo excessivo, a pobreza e a dependência, a Europa deve colocar o cerne da sociedade em primeiro lugar – a família”.
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“O problema não são as crianças, mas o consumismo”, disse Bassi. “Não há ecologia sem a pessoa; nenhuma pessoa sem a família. Portanto, não há ecologia sem as famílias e comunidades de famílias no centro da transição.”
Bassi também destacou a necessidade de equilíbrio entre trabalho e família para promover a vida familiar, incluindo o domingo como “um dia comum de descanso”, como parte de um “direito de se desconectar”.
“É possível ter uma Europa onde nós, trabalhadores, somos produtivos e também podemos desfrutar de um valioso tempo em família”, disse Bassi. “Mães e pais precisam de um equilíbrio entre trabalho e vida familiar, para o bem de seus filhos, de si mesmos e da sociedade em geral.”
“O equilíbrio intergeracional é um pré-requisito para a solidariedade intergeracional”, disse Bassi à CNA. “O equilíbrio trabalho-família também é crucial, para que os pais sejam apoiados em sua alegre responsabilidade de cuidar de seus filhos.”
Bassi também enfatizou o incentivo às gestantes em suas carreiras e dando a elas “a possibilidade de colocar em prática sua criatividade e empreendedorismo, assim como a maternidade”.
Outra questão que a Europa e o resto do mundo enfrentam é a segurança digital para as crianças. Como descreve um estudo de 2023 do Instituto Nacional de Saúde, “as crianças são frequentemente expostas a danos psicológicos, abuso e violência devido à falta de monitoramento da internet”.
A FAFCE incentivou o desenvolvimento de políticas para proteger as crianças no mundo digital, expressando aos candidatos a necessidade de uma campanha do Parlamento Europeu para mostrar os riscos da exposição das crianças à pornografia.
“São as crianças da Europa que também devem ser mais bem protegidas, particularmente com a questão da saúde pública da pornografia”, afirmou. Bassi disse à CNA que “tanto no que diz respeito à necessidade de remover material abusivo online, mas também para pesquisar os danos causados pelo acesso generalizado e vício em pornografia, que está exacerbando uma já alarmante pandemia de solidão”.
“A exposição à pornografia foi correlacionada com atitudes e comportamentos sexuais não relacionais ou recreativos em estudos anteriores”, diz o estudo feito no ano passado.
“Reiteramos também que as instituições têm o dever de garantir que as crianças não sejam consumidoras de material nocivo online”, acrescentou. “A exposição das crianças à pornografia já é uma forma de abuso sexual online que nossas sociedades toleram”.
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