15 de mar de 2025 às 00:31
A coordenação dos Missionários Digitais e a Comissão Episcopal para a Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tiveram o seu primeiro encontro presencial em São Paulo (SP) de 7 a 9 de março no Centro MAGISAnchietanum, espaço jesuíta de juventude. O objetivo foi estruturar e articular as bases da Pastoral Digital no Brasil.
“A Pastoral Digital não tem como objetivo criar estruturas de comunicação institucional na Igreja Católica”, disse à ACI Digital Guilherme Cadoiss, um dos coordenadores dos missionários digitais no Brasil. “Seu propósito é pastorear aquelas iniciativas informais e espontâneas que surgem de um chamado de Deus, para que o missionário digital evangelize na internet”.
A coordenação dos Missionários Digitais surgiu do projeto global A Igreja te escuta, que visa conectar evangelizadores digitais de todo o mundo. No Brasil essa iniciativa deu origem em julho passado ao 1º Encontro Nacional de Missionários Digitais, que reuniu 80 influenciadores católicos, no Santuário Nacional Aparecida. Em outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fez um encontro que reuniu 17 padres que evangelizam no ambiente digital, na sua sede em Brasília.
Segundo Cadoiss, “desde o Sínodo sobre a Sinodalidade, o papa Francisco tem colocado a missão digital como uma de suas prioridades de pontificado”.
Há cinco meses a coordenação se reúne de forma virtual para falar sobre a criação da Pastoral Digital, mas não conseguiam avançar nos assuntos principais relacionados à missão digital. Por isso, viram a necessidade de fazer essa reunião em São Paulo.
A reunião foi “estruturada em mesas de trabalho e formações, que se mostraram extremamente produtivas e enriquecedoras”, contou Cadoiss. “Acelerou significativamente o nosso trabalho. Conseguimos realizar em 48 horas o que não havíamos conseguido em cinco meses”.
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Da experiência de estar reunidos surgiu a percepção de que “a presencialidade era um dos objetivos do nosso trabalho”, disse, acrescentando que por isso uma das pautas principais foi a realização de encontros de missionários digitais em nível regional e nacional.
A missão digital está acontecendo “de forma muito espontânea e informal, movida pelo Espírito Santo”, disse, mas “é fundamental que esses evangelizadores recebam um acompanhamento pastoral, façam parte da estrutura da Igreja e estejam inseridos nela, assim como todas as outras pastorais da Igreja Católica”.
“Dessa forma”, continuou ele, “essa articulação tem como objetivo, no futuro, tornar-se uma pastoral digital. Ainda não o é, mas, se Deus quiser, com a Sua graça, um dia seremos uma pastoral”.
O termo “missionário digital” surgiu no número 17 do Relatório Síntese do Sínodo da Sinodalidade 2023 que trata sobre os missionários no ambiente digital.
Para Cadoiss, “da mesma forma que a Igreja no passado precisou dos jesuítas para evangelizar regiões remotas do globo — como são Francisco Xavier e José de Anchieta —, hoje é necessário que alguém vá evangelizar nos meios digitais. Esses talvez sejam os ‘jesuítas modernos, que evangelizam um povo com uma cultura própria: o povo da internet”, concluiu.
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