A cidade de Cabedelo acordou em uma tranquila terça-feira, apenas para ser surpreendida pela presença da Polícia Federal batendo à porta do prefeito Vitor Hugo (Avante).
Há exatos dois meses após a deflagração da Operação “En Passant”, Vitor Hugo, ex-prefeito de Cabedelo, continua sendo o centro de uma das maiores investigações já realizadas na política do município. A operação, conduzida pela Polícia Federal e pelo Gaeco, revelou acusações graves de corrupção eleitoral, compra de votos e relações com facções criminosas.
O foco das investigações
Vitor Hugo foi acusado de ter permitido e, possivelmente, facilitado a influência de grupos criminosos durante sua gestão, além de supostamente se beneficiar de esquemas que envolviam cargos públicos e repasses financeiros irregulares. Durante as buscas realizadas na prefeitura de Cabedelo, foram encontradas listas com nomes relacionados a uma facção criminosa, reforçando as suspeitas de que o grupo exercia controle sobre nomeações e recursos.
A Polícia Federal também apontou que a exoneração de servidores ligados ao grupo criminoso no dia da operação foi uma tentativa deliberada de destruir evidências que poderiam incriminar o ex-prefeito e seu entorno político.
Pedido de prisão para Vitor Hugo
Como parte da operação, a Polícia Federal solicitou a prisão preventiva de Vitor Hugo, alegando que sua permanência no cargo representava uma ameaça às investigações. No entanto, o pedido foi negado pela juíza membro Maria Cristina Santiago, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que optou por medidas cautelares como alternativa.
Entre as restrições impostas estavam:
- Proibição de contato com outros investigados;
- Recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 6h;
- Restrições no uso de comunicações que pudessem interferir nas apurações.
Apesar dessas medidas, a PF continuou monitorando de perto as atividades de Vitor Hugo, uma vez que as tratativas ilegais teriam prosseguido mesmo após o início das investigações.
O impacto político de Vitor Hugo
Vitor Hugo seguiu negando todas as acusações, afirmando que as medidas judiciais faziam parte de uma tentativa de desestabilizar sua gestão. No entanto, o impacto da operação no cenário político de Cabedelo foi evidente. A população acompanhou de perto os desdobramentos enquanto novas revelações surgiram ao longo do processo.
O desenrolar das investigações continuará definindo a percepção pública sobre o ex-prefeito, assim como a confiabilidade das instituições democráticas no município. Mesmo fora do cargo desde o final de 2024, Vitor Hugo pode permanecer sob intensa vigilância judicial e política.
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